Mato Grosso

Eucalipto tratado: madeira renovável, ecológica e versátil

Além de ser utilizada na pecuária e construção civil, madeira é fundamental para redução do desmatamento

Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso
Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

O eucalipto tratado é uma boa alternativa para o meio ambiente. Além de ser destaque por sua excelência em durabilidade, a madeira também auxilia na redução do desmatamento. Outra característica que chama a atenção é a sua ampla utilização na pecuária e construção civil.

O uso do eucalipto tratado na agropecuária e na construção civil é o tema do episódio 22 do MT Sustentável.

Na prática, o eucalipto precisa passar pelo método de ‘Célula Cheia’, o qual a madeira é introduzida em uma autoclave para retirar o ar existente dentro das células até chegar ao nível de umidade abaixo de 30%. Após esse processo, é inserida a solução de Arseniato de Cobre Cromatado – CCA, que irá realizar a impermeabilização da madeira.

O empresário e um dos sócios da propriedade do ramo de eucaliptos localizada no município de Chapada do Guimarães (MT) Leonardo Bouret, conta que, além do procedimento acima, realiza um outro processo, antes da árvore ser comercializada.

“Ela sofre uma pressão de aproximadamente uma hora e meia de dez quilos por centímetro. Isso faz com que o produto penetre dentro das células da madeira que estavam vazias, depois disso é retirado o excesso de produto, mais alguns dias ela está pronta para a comercialização”, conta o empresário.

Durabilidade e utilização

A durabilidade da madeira atinge uma média de 15 anos, isso quando em contato direto com a terra e umidade. Sua principal utilização na pecuária é em mourões utilizados para o levantamento de cercas e na construção civil para a construção de pergolados e parques infantis.

Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Diante disso, Leonardo Bouret destaca que o motivo pela grande procura da madeira se dá principalmente pela característica física da árvore.

“A característica mais procurada é a densidade, pouca rachadura e retilinidade. Que não seja uma madeira cônica, ou que tenha o mínimo possível da ponta para o pé”, explica Leonardo.

Redução do desmatamento

Outro fator importante, está relacionado diretamente à utilização das espécies plantadas e tratadas. Isso irá garantir uma redução na pressão exploratória da madeira nativa, ou seja, ajuda a reduzir o desmatamento. Ao mesmo tempo, a árvore é ecológica e renovável.

O outro sócio da propriedade, é o empresário André Silvestrin. Ele conta que a fazenda foi a pioneira em realizar o tratamento na madeira. Lá é realizado todo o processo, inclusive o plantio das espécies de eucalipto mais indicadas para esse fim.

Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Anualmente, com cerca de 800 hectares de plantio, a fazenda produz 15 mil metros de madeira, cerca de 30% desse volume vira lenha, que também é comercializada na região. Quando chega o momento ideal para a colheita, os talhões são replantados com vários cuidados específicos e essenciais, com a finalidade de manter o desenvolvimento dos eucaliptos.

“Seja para o mourão, ou construção civil, a gente precisa de uma madeira mais retilínea, com espécies apropriadas. Então, são feitos diversos processos. Os cuidados são diferentes de quem busca apenas material para biomassa”, destaca o empresário.

Sustentabilidade na pecuária

André Silvestrin conta que assim que iniciou as atividades de sua empresa sentiu muita dificuldade em lidar com os pecuaristas, que não aderiram ao uso do eucalipto, pois já estavam acostumados a utilizar madeiras nativas da região. Mas, após apresentar os benefícios da madeira, isso deixa de ser um problema.

“Além da pressão ambiental, o pecuarista vê uma facilidade. Ele não precisa mais encomendar um serviço, entrar na floresta, retirar a madeira dele mesmo. Agora ele prefere comprar um mourão sustentável, pois reconhece que após ser tratado, ele é tão resistente quanto uma madeira nativa”, afirma André.

 

+Confira todos os episódios da série MT Sustentável

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*Sob supervisão de Viviane Petroli