O crescimento das agroindústrias e a chegada das usinas de etanol de milho em Mato Grosso gerou um movimento peculiar no campo. Por ser de fonte renovável, o uso da biomassa que gera calor e energia criou uma nova oportunidade de mercado, mais especificamente com o plantio de eucalipto.
O uso de biomassa no plantio de eucalipto em Mato Grosso é o tema do episódio 13 do MT Sustentável desta semana.
Quem já está aproveitando essa nova oportunidade é o produtor rural Nicanor Ambrosi. Ele, que já planta soja e milho há 30 anos, destinou cerca de 1,6 mil hectares produtivos para o cultivo de eucalipto em sua propriedade localizada no distrito de Deciolândia, no município de Diamantino, médio norte mato-grossense.
“Essas áreas marginais nunca consegui produzir soja direito. Aí tive a ideia de plantar eucalipto para ver se conseguia ganhar dinheiro nestas áreas também”, comenta Nicanor.
Além das vantagens econômicas, o plantio das florestas de eucalipto também é importante para o equilíbrio ambiental. Elas consomem menos água, são habitat seguro para fauna e flora e ainda reduzem o efeito estufa. Estudos apontam que um hectare de eucalipto absorve por ano dez toneladas de carbono da atmosfera.
Procura por mudas cresce
Após a popularização desse novo negócio, o engenheiro florestal Jaldes Langer, notou um aumento na procura por mudas. Ele que tem um viveiro em Sinop, norte do estado, pretende aumentar a produção para 73 mil mudas neste ano, e acompanhar o mercado em crescimento.
Para ficar pronta a muda leva de 90 a 150 dias dependendo das condições do tempo. O processo começa com a extração das estacas das matrizes ou clones e já nos tubetes são colocadas em estufas onde ficam até 22 dias. Muita umidade e calor provocam o enraizamento. Em seguida são transferidas para o viveiro até que fiquem prontas para o plantio.
Além de produzir mudas comerciais, Jaldes, que é associado da Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), tem realizado pesquisas, em parceria com Embrapa e Empaer, para novas variedades de eucalipto.
“O material genético não é nosso, mas nós desenvolvemos as mudas para criar vários experimentos em todo o estado de Mato Grosso. Nos municípios de Tangará da Serra, Primavera do Leste, Alta Floresta, estamos falando de distâncias de mais de um mil quilômetros e esse estado precisa criar experimentos nessas regiões para ver qual clone vai bem em cada região”, concluiu Jaldes.
+Confira todos os episódios da série MT Sustentável
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real
*Sob supervisão de Luiz Patroni