A safra de soja 2022/23 começou a ser cultivada em várias regiões de Mato Grosso e com isso, muitos agricultores ainda se encontram preocupados com a principal causa da anomalia que comprometeu o desempenho de várias lavouras na última temporada. O problema é observado há cerca de quatro anos e sua principal causa pode ser determinado por questões genéticas.
O assunto continua sendo destaque no episódio 53 do Patrulheiro Agro desta semana.
De acordo com estudo realizado pelo pesquisador da Fitolab – Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola, Eder Novaes Moreira, o problema é causado por um conjunto de fatores, dentre eles a genética.
“Nós percebemos um conjunto de fatores, principalmente do sistema ligado à questão da fertilidade em alguns ambientes. Mas, o principal fator é varietal, é a genética. A fertilidade é um catalisador para ter mais ou menos severidade da anomalia. Os programas de fungicidas menos robustos, trazem maior severidade final de grãos avariados e nos isolamentos é possível ver a presença de Phomophis Sojae (podridão do grão), que não chega a ser o principal fator”, explica.
A pesquisa é realizada por oito empresas e é feita em seis locais diferentes do país, em três épocas distintas. Em Mato Grosso, os ensaios estão localizados no eixo da BR-163 e em Rondonópolis.
Problema se instala através de sementes de soja
A partir do momento que esse problema se instala nas lavouras através de sementes e resíduos contaminados, o fungo se multiplica nas primeiras plantas infectadas e, posteriormente, durante a entressafra, nos restos de cultura. O fungo é altamente dependente de chuvas para se disseminar.
“A grande busca nesta safra é a gente entender e ponderar o que é causa e o que é consequência de cada fator ligado a anomalia”, afirma Novaes Moreira.
Para Leandro Zancanaro, pesquisador da Raízes Consultoria, as respostas não são mais pontuais. “Antigamente, quando havia um problema era muito mais fácil de se resolver e hoje, estamos num fato que é multidisciplinar e integra vários fatores. Outra questão é que nossas questões ambientais nem sempre vão ser as mesmas e os materiais genéticos mudaram bastante de 10 anos para cá”, afirma.
Aprosoja-MT firma parcerias com pesquisadores
A Associação dos Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) também está em busca de respostas e tem feito parcerias com pesquisadores na intenção de achar uma resposta para a anomalia da soja.
O presidente da associação, Fernando Cadore, espera que ainda este ano tenha uma conclusão para que essa anomalia não seja mais um espinho para a produção no país.
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