As máquinas para o plantio da soja 2022/23 em Mato Grosso estão aquecidas. O vazio sanitário no estado encerra nesta quinta-feira (15) e a partir de amanhã (16) já podem entrar nos 11,81 milhões de hectares previstos para a cultura nesta safra.
Em Primavera do Leste o sinal verde para o início dos trabalhos é esperado. As áreas irrigadas vão ser as primeiras a receber as sementes. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Marcos Bravin, são quase 48 mil hectares cobertos com pivôs.
Bravin revela que em sua área serão plantados em torno de 1,2 mil hectares de pivô. Ele pontua esperar uma boa produção para cobrir os custos. “Está tudo preparado. A expectativa a gente coloca nas mãos de Deus. Precisa produzir bem, se não a conta não fecha”.
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Agricultores de soja esperam chuva
A região de Primavera do Leste é composta por dez municípios, que juntos devem cultivar aproximadamente 1,6 milhão de hectares de soja nesta safra. Nas áreas de sequeiro, com expectativa de semeadura a partir de meados de outubro, a recomendação é de cautela para garantir uma boa germinação das plantas.
A cautela em tais áreas, conforme o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, é devido os altos custos. “A gente pede aos agricultores ter cautela. Esperar ter uma umidade boa no solo para soltar o plantio”.
Na propriedade de Ary José Ferrari a soja será cultivada em 2,4 mil hectares. Por lá, a movimentação das plantadeiras só começará quando o solo estiver com umidade suficiente para garantir um plantio com segurança.
“Enquanto não chover uns 70 milímetros nós não vamos plantar. Não dá para arriscar. Temos que andar com os pés bem no chão. Já são três safras de poucas chuvas”, diz Ferrari.
Gastos com insumos estão 70% maiores
Projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam para o ciclo 2022/23 uma produção de 41,51 milhões de toneladas, 1,62% acima da safra passada. Em produtividade são aguardadas uma média de 58,58 sacas por hectare.
Apesar do incremento, o cenário é de incertezas e de preocupação com os custos. Somente com insumos, por exemplo, os gastos estão 70% maiores que na safra 2021/22.
De acordo com o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, o momento é considerado “delicado”, pois é “um ano em que a quantidade por hectare de fertilizante provavelmente vai ser menor e o valor oferecido no mercado futuro da soja não é suficiente para o custo de produção atual”.