A sustentabilidade e exigências do mercado internacional, mais precisamente do europeu, foram temas discutidos durante o Fórum Técnico Mais Milho, realizado no último dia 30 de maio em Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul. O encontro levou aos produtores rurais e entidades ligadas ao agronegócio as consequências dessas ações na cadeia produtiva de grãos.
Produzir e preservar, ao mesmo tempo, é uma exigência cada vez mais presente no agronegócio brasileiro e que impactam diretamente na rotina do produtor rural, uma vez que a demanda por alimentos é crescente e as regras ambientais impostas pode “travar” em alguns casos a evolução da produção.
“O europeu com o EUDR está exigindo rastreabilidade daqueles países que exportam para a Europa, conformidade legal, condições de trabalho, direitos à terra, responsabilidade ambiental e social e boas práticas agrícolas. Tradings embargam já fazendas no bioma Amazônia. Parece pouco, mas se nós falarmos aqui para 2050, aumento da população mundial, aumento da renda mundial, dependência de mais alimentos, onde nós vamos plantar?”, questionou o consultor da Safras & Mercado, Paulo Molinari.
Durante o Fórum Técnico Mais Milho, o diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Bernardo Pires, falou sobre as exigências do mercado europeu para a compra dos grãos produzidos no Brasil, em especial da soja, e destacou os efeitos da moratória da soja desde 2008.
Segundo ele, em 18 anos a área destinada para a soja no bioma Amazônia cresceu seis milhões de hectares, saltando de 1,4 milhão para 7,4 milhões de hectares.
“E apenas 250 mil hectares, nesses seis milhões, foram em área desflorestadas. Então, ela [moratória da soja] foi educativa e orientou de ‘produtor rural, evite problemas na comercialização, não plante áreas desflorestadas no bioma Amazônia a partir de 2008, plante em áreas que já foram abertas, áreas degradas, de pastos, de pecuária’. E foi isso que ele fez”, disse Bernardo Pires ao Canal Rural Mato Grosso.
O Fórum Técnico Mais Milho faz parte do projeto Mais Milho, uma parceria entre o Canal Rural Mato Grosso, Abramilho e Aprosoja Mato Grosso, e está em sua oitava temporada.
“O fórum é muito importante porque traz tendências, tecnologias de mercado de consumo para uma discussão regionalizada. Então o que nós escutamos aqui, o que foi apresentado às vezes não é conhecido pelo produtor local. É uma oportunidade para ele entender como é a visão mundial, a visão nacional e trazer a aplicação para o seu negócio. São ambientes como esse que ajudam o produtor a traçar estratégias ao seu negócio”, salientou o superintendente do Senar-MS, Lucas Galvan.
Presidente da Aprosoja Mato Grosso do Sul, Jorge Michelc, frisou à reportagem que “o mercado europeu está exigindo e a gente vê que não tem volta mesmo. Melhora também para o produtor. A partir do momento que ele adere a sustentabilidade, procura fazer um trabalho bem feito com sustentabilidade ele vê que em relação ao seu ambiente do trabalho, a receita, tudo melhora”.
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