FÓRUM TÉCNICO MAIS MILHO

‘Querem ser sustentáveis em cima do produtor’, diz presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde

Na avaliação do setor produtivo e especialistas o mundo estaria “incomodado” com a aceleração da potencialidade de Mato Grosso

“Sustentabilidade é modismo. As pessoas esqueceram da sua própria sustentação, que é o alimento”, pontua o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain. Na avaliação dele, assim como do setor produtivo e de alguns especialistas, a aceleração da potencialidade produtiva de Mato Grosso estaria “incomodando”, o que explicaria tamanha rigidez internacional quanto à sustentabilidade.

Presente no painel Sustentabilidade do terceiro Fórum Técnico Mais Milho, na manhã desta quarta-feira (14) em Cuiabá (MT), Vilmondes Tomain disse que Mato Grosso é um estado “precoce”, que “cresceu rápido”, mas que em meio a isso “soube preservar”.

“O produtor sabe que se não fizer a lição de casa, não tem acesso ao crédito. Temos o Código Florestal e a legislação estadual que nos põe mais normas, regras. Temos aí a Moratória da Soja e da Carne atropelando essa legislação. O mundo está de olho em Mato Grosso”.

Ainda segundo o presidente do Sistema Famato, “essa aceleração da potencialidade que Mato Grosso tem de entregar, de produzir… Isso assusta. Isso [restrições e exigências] é mecanismo de trava que colocam em cima da gente para tentar frear [esse crescimento]”.

Vilmondes Tomain destacou também que, ao contrário do produtor dos Estados Unidos que recebe subsídio e garantias, para o produtor mato-grossense e brasileiro a “garantia é produzir mais”.

“O volume faz a diferença. Isso traz segurança de receita. Mato Grosso foi o primeiro estado a ser cobrado a seguir à legislação. Mato Grosso incomoda o mundo todo. O produtor é empreendedor. Me preocupa que quem nos representa [os governantes] não enxerga isso”.

Sustentáveis e ainda tendo que comprovar

Assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, lembrou que a produção agrícola brasileira ocupa apenas 8% do território nacional.

“Nós somos sustentáveis e ainda temos que provar. Essas questões artificiais de comércio estão sendo criadas justamente para travar o que o produtor ainda pode entregar de incremento de produção e área. E aqui não falando da abertura de novas áreas, mas na exploração de áreas degradadas.

Para Tiago Pereira o Cadastro Ambiental Rural (CAR) “é o nosso passaporte-verde”, mas que precisa avançar muito quanto às análises.

Conforme o vice-presidente do Sindicato Rural de União do Sul, Diogo Molina, quando da criação do CAR os únicos países com legislação ambiental eram o Brasil e o Paraguai.

“Quem atuava diretamente cumprindo, principalmente essa legislação no Brasil, era Mato Grosso. Os outros estados não tinham licenciamento ambiental, não tinham CAR, não tinham nada. A ideia do CAR surgiu em Lucas do Rio Verde. Na época não estava aprovado o Código Florestal vigente. Passados pouco mais de dez anos e o CAR continua complicado. A sistemática de análise não foi simplificada”.

O Fórum Técnico Mais Milho integra o projeto Mais Milho, que está em sua oitava temporada e é uma realização do Canal Rural, afiliada de Mato Grosso, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

Para o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini, “querem ser sustentáveis em cima do produtor”.

“Eu acho que o produtor concorda que ele tem a responsabilidade de cuidado do meio ambiente, tanto que se nós não cuidarmos, nós vamos sofrer as consequências. Está dentro do produtor isso”.

De acordo com Marcelo Lupatini, ao mesmo tempo em que o produtor faz o seu dever de casa, é preciso que os governantes também façam os deles, pois não se pode inviabilizar também toda uma região, o estado, os filhos dos produtores e seus colaboradores sem uma escola próxima, por exemplo, porque não tem estrada.

“Então, o ambiental para quem é? É para a onça? A girafa? É para o europeu que nem toma banho às vezes para economizar água? Deve ser. Ou é para o ser humano? Quem faz as leis? Para quem é? Será que esse pessoal que está cobrando de nós, eles estão mesmo preocupados com o meio ambiente? Eu questionei vários franceses e eles não souberam responder. Não tem argumento”, questiona Marcelo Lupatini.

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