A deficiência hídrica na safra 2023/24 ligou o alerta quanto a necessidade de um bom manejo de solo. Mesmo em condições mínimas de índice pluviométrico, especialistas pontuam que é possível se obter bons resultados no campo, desde que se permita que a água infiltre no solo.
A safra 2023/24 é considerada a de maior aprendizado para todos, na avaliação do engenheiro agrônomo Leandro Zancanaro.
Durante a live Mais Milho, que integra o projeto Mais Milho, na noite de sexta-feira (26), o especialista lembrou que as previsões apontavam que o ciclo teria irregularidades de chuvas no início. Contudo, não se imaginava que seria da forma como ocorreu, pegando, inclusive, os meteorologistas de surpresa.
“Eles [meteorologistas] na minha opinião não erraram. Na verdade, mostra como está complexo o processo”.
Zancanaro ressalta que os últimos cinco anos de recorde sobre recorde em produtividade, expansão de área são méritos do produtor, mas que, por outro lado, se começou a esquecer que a agricultura é uma atividade à céu aberto que dependente de água, luz e temperatura.
“Então saímos de um ano muito bom para um ano complicado”, frisa ao comentar ter visto propriedades colhendo 10 sacas por hectare, assim como lavouras com potencial para acima de 70 sacas.
“Nós percebemos que nós trabalhamos com água, luz e temperatura. Há estratégias de manejo que amenizam o problema de deficiência hídrica, mas desde que tenha o mínimo de água. Esse ano foi um ano de muita temperatura alta. E qual é a mensagem? Nós temos que considerar isso no planejamento. Você pode fazer o planejamento, mas não pode desconsiderar que é uma atividade à céu aberto”.
Conforme Zancarano, ainda há regiões em Mato Grosso com chuvas irregulares, como é o caso da região sul.
Solo precisa armazenar a água
Desde que tenha chovido o “mínimo do mínimo” para a plantar se desenvolver, salienta o especialista, é possível ter resultados positivos na lavoura. Entretanto, para isso é preciso que o produtor rural esteja atento à algumas práticas de manejo.
“Primeiro eu tenho que ter condições de armazenar essa água no solo. A água precisa penetrar no solo e não escorrer. O que me faz permitir ter maior eficiência. Para isso preciso ter um solo estruturado, protegido com massa para não selar o solo, eu tenho que ter raízes para criar macroporos”.
Segundo Zancanaro, em caso de solo compactado é necessária a realização de algumas práticas e um bom diagnóstico.
“A subsolagem muitas vezes é necessária, mas depois da subsolagem tem que colocar outras culturas, preferencialmente gramíneas, para dar sustentação para isso. Água é uma questão física de solo. Nas áreas novas eu tenho que construir a parte química, mas nas áreas velhas de cultivo o físico e o biológico que tem se se construir”.
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