O ano de 2023, apesar de positivo em termos de produção, com recorde de safra em Mato Grosso, é um ano ao qual os produtores de milho e soja querem esquecer. Não bastassem os custos elevados, os preços de ambas as culturas despencaram e a presença do fenômeno El Niño trouxe inúmeras incertezas.
O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, pontua que a agricultura brasileira não via um ano como 2023 há muito tempo. Ao recordar os anos anteriores, 2015 é apontado como outro “difícil”.
“2023 é um ano bastante triste, complicado, que se pode dizer quase trágico. É bastante triste chegar no Natal e ao invés de você dar um presente, estar falando de coisa boa, você está falando de uma safra, de um ano de 2023 tão trágico e ruim para a agricultura brasileira”.
Preços baixos e clima
Os preços da saca de milho em Mato Grosso chegaram a atingir a casa dos R$ 30. O estado, maior produtor do cereal, registrou recorde de produção de 52,5 milhões de toneladas. Enquanto isso, no sul do país a ausência de chuvas no início do ano reduziram a produção do grão. Situação que nesta reta final se inverteu diante da presença do fenômeno El Niño.
“Preços muito baixos. Um ano em que os custos estavam muito altos. Um ano que a gente teve um clima muito desfavorável, um clima que vem afetando demais. Produtores em Mato Grosso colhendo sete sacas por hectare (de soja]. Não é em um, dois hectares. São em 700, 800, em um mil hectares. O produtor colhendo sete sacas isso é triste”, pontua Glauber Silveira.
O diretor-executivo da Abramilho comenta que pesquisadores, diante da situação climática, já buscam por variedades de cultivares mais resistentes à variação do clima.
“Esperamos que o clima nos ajude em 2024 e que possa compensar isso na segunda safra de milho”.
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