MAIS MILHO

Ataque de pragas e chuvas intensas marcam safra de milho no RS

Colheita do cereal ocorre com os olhos mirados para os números tanto de produtividade quanto para o custo de produção e preços da saca

A safra de milho no Rio Grande do Sul foi de tirar o fôlego do produtor rural. Além de sofrer com a cigarrinha no começo da temporada, o tripé formado pelo alto custo da produção, preço da saca em declínio e clima desfavorável vem desanimando aqueles que cultivam o cereal. Alguns, inclusive, já planejam reduzir a área pela metade no ciclo futuro.

Em Cruz Alta, distante cerca de 350 quilômetros de Porto Alegre, o produtor Jonardo Machiavelli revela que esperava a presença da cigarrinha na lavoura. Entretanto, não acreditava que a mesma viesse “com tanta agressividade como veio”.

Jonardo semeou nesta temporada 2023/24 um mil hectares com milho. Quando conseguiu controlar a cigarrinha, vieram as chuvas.

“Não achávamos que seria tanta chuva. Investimentos bastante em adubação. Perdemos ela por excesso de chuva. Muita chuva e pouca luminosidade. O milho não fez a fotossíntese correta”.

A expectativa do produtor de Cruz Alta era colher 180 sacas por hectare, contudo diante do clima e da presença da cigarrinha deverá alcançar 130 sacas. Volume que não considera “ruim”.

Entretanto, de acordo com ele, o problema avistado agora é quanto ao baixo preço pago pela saca de 60 quilos e o alto custo de produção. Enquanto no ano passado em comercializou a saca em torno de R$ 100, hoje ele vende a R$ 55. Fatores que pesam no planejamento da próxima safra.

“Deixar de plantar não vamos, mas acho que vai reduzir novamente a área, que são de 500 hectares, porque o custo está muito alto e o preço do milho caiu demais. Não paga a conta”.

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