DIRETO AO PONTO

Preocupações com clima e mercado cercam lavouras em Mato Grosso

Semear a soja na poeira ou com pouco umidade gera ganho em janela de plantio, mas leva a perda de produtividade

direto ao ponto fazenda fernando ferri
oto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

O plantio da soja avança em Mato Grosso. Contudo, as preocupações com o clima ainda pairam sob as lavouras. Conforme o produtor Fernando Ferri, o que se ganha em janela de plantio ao semear na poeira ou com baixa umidade do solo, se perde em produtividade.

Na Fazenda Pôr do Sol, em Campo Verde, o produtor revela ter plantado cerca de 50% da área destinada para a soja 2023/24 até o momento. Fernando Ferri, entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, comenta que em comparação ao ciclo passado os trabalhos na propriedade estão atrasados ao mesmo tempo em que os olhos miram para o mercado.

As chuvas em setembro na fazenda somaram 100 milímetros, de acordo com ele. Entretanto, o mês de outubro está mais seco.

A primeira área semeada foi no dia 21 de setembro com o feijão. As sementes de soja só entraram em campo em 28 de setembro diante da falta de umidade no solo.

“Com o tempo nós vamos aprendendo as coisas. E uma das coisas que eu aprendi é que plantio tem que ter umidade. Toda vez que você planta numa dessas condições adversas, com pouca umidade ou na própria poeira você perde. O que você ganha em janela de plantio, perde em produtividade”.

Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Gestão de rentabilidade do negócio

A “gordura” acumulada no que tange a rentabilidade nas últimas temporadas, segundo Fernando Ferri, em 2023 começou a ser “queimada”. A propriedade conta com três armazéns próprios e ainda há soja e milho do ciclo 2022/23 para ser comercializado. O motivo: o valor pago pela saca não cobre os custos da produção.

“A soja que ainda tem no silo custou R$ 140 para produzir e hoje no melhor dos mundos você pega R$ 120. Maior custo da história da agricultura. Todo mundo trabalha com uma rentabilidade mínimos de 30% e não dava esses 30%. O que a gente realizou foi prejuízo [na soja]. No milho foi a mesma coisa. Quando eu vi esse cenário baixista, me antecipei e vendi um pouco mais do que a soja”.

O produtor de Campo Verde conta que em relação ao milho a margem de rentabilidade deverá chegar perto dos 30% mínimos.

“O milho devo ter uma média um pouco melhor. O custo está em R$ 48 e deve estar com uma média de uns R$ 47 o que está vendido. Bem na linha. Agora, a soja foi um prejuízo bem maior”, destaca Fernando Ferri.

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