Apesar do incremento de aproximadamente 17%, o volume destinado ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no Plano Safra 2024/25 segue insuficiente para acompanhar o ritmo do crescimento da produção de grãos no país. Hoje, para isso seriam necessários R$ 15 bilhões ao ano de investimento em armazenagem.
“Nós temos investido metade disso. Isso é por falta de recursos de financiamento, basicamente. O Plano Safra veio metade do valor que precisaríamos investir só para acompanhar, não para reduzir o déficit que hoje está em R$ 120 bilhões”, pontua Paulo Bertolini, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) e vice-presidente regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
De acordo com Paulo Bertolini, entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, atualmente no Brasil 85% da capacidade estática de armazenagem de grãos está nas cidades, nos distritos industriais e portos, enquanto 15% somente nas propriedades rurais.
Para o PCA, o Plano Safra 2024/25 conta com R$ 7,8 bilhões, um aumento de aproximadamente 17% em relação ao disponibilizado no ano anterior.
“Proporcionalmente as outras linhas foi um incremento bastante significativo em proporção, mas ainda está bem longe daquilo que o Brasil precisa”.
Plano Safra precisa ser revisto
Ainda segundo Paulo Bertolini, caso o PCA viesse no valor de R$ 15 bilhões, considerado para acompanhar o crescimento da produção de grãos, a indústria brasileira teria sim condições de atender a demanda.
“A indústria brasileira que fabrica equipamentos, silos, ela tem capacidade fabril e tem capacidade tecnológica, tanto é que a gente exporta para mais de 40 países”.
Na avaliação do representante da Abramilho e da Abimaq, muitas coisas precisam ser revistas no Plano Safra.
“Uma delas é o quanto a sociedade brasileira está disposta a investir e essa discussão, no nosso entender, tem que passar a ser feita no Congresso e o Plano Safra tem que ser uma peça orçamentária para que não seja uma raspa de tacho”, salienta ao Canal Rural Mato Grosso.
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