O Brasil conta com mais de nove milhões de hectares destinados à agricultura regenerativa somente em soja e milho, além de outros para a produção permanente, como café e citrus e até mesmo floresta plantada.
Conforme Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo e consultor em agricultura sustentável, hoje há um pacote tecnológico que possibilita a mudança da agricultura convencional para a regenerativa. Ele destaca ainda, em entrevista ao Direto ao Ponto nesta quinta-feira (15), que, inclusive, é possível observar melhora na produtividade e redução de custos.
“É uma agricultura mais baseada na biologia. Não que você não use químico, mas procuramos substituir os químicos por biológicos, por bioinsumos”.
O especialista frisa que assim como qualquer outra atividade, a agricultura regenerativa necessita de um bom planejamento para ter sucesso.
“Eu acho que é pré-requisito. Se for pegar uma área de pastagem degradada para fazer a recuperação com o uso desses insumos, às vezes fazemos a correção nessa área um ano e no segundo ano já entra com as culturas”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.

Ainda faltam métricas quanto ao sequestro de carbono
Sobre a questão do crédito de carbono, Ronaldo Trecenti salienta que o assunto é algo novo no Brasil e que por isso “como não temos as métricas do quanto nós sequestramos ou deixamos de emitir nas diversas culturas, atividades, a agricultura nem entrou na questão do mercado oficial”.
Apesar disso, ele frisa que já existem iniciativas para a agricultura no mercado voluntário, principalmente no segmento de floresta.
“Que sequestra carbono a gente sabe que sim. Temos um projeto aprovado, uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária junto com a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto, que em março deste ano foi apresentada a primeira parte dos resultados que mensurou a questão do sequestro de carbono e a redução da emissão nos biomas brasileiros. Os resultados mostraram que no sistema de plantio direto, quando é bem conduzido, nós conseguimos acumular mais carbono que a mata nativa”.
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