O intenso abate de fêmeas em Mato Grosso pode impactar a oferta de bezerros no longo prazo. Isso porque, nos últimos anos, houve um decréscimo de 6,05% no volume de matrizes disponíveis em idade reprodutiva ou maior que 24 meses, diante da crise vivida pela pecuária, que envolve alto custo de produção e baixo preço da arroba.
Conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), o rebanho bovino no estado fechou 2023 com pouco mais de 34,10 milhões de cabeças. O volume de animais conta no relatório da segunda campanha estadual de atualização de estoque de rebanho, realizada entre os meses de novembro e dezembro.
Ao se comparar com a primeira campanha de atualização de estoque de 2023, realizada entre maio e junho, como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, e observa uma redução de 346,7 mil animais. A primeira campanha havia apontado cerca de 34,47 milhões de bovinos.
Com tal redução no volume de matrizes disponíveis, frisa o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em seu boletim semanal, “a participação de fêmeas em idade reprodutiva no rebanho total de fêmeas atingiu o menor patamar da história, e ficou em 62,88% em 2023”.
Desestímulo
Ainda segundo o Imea, a redução nos protocolos de inseminação artificial é outro fator que vem demonstrando o desestímulo dos pecuaristas no estado.
Em 2023, aponta levantamento da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a comercialização de doses de sêmen destinadas para a pecuária de corte foi 5,40% menor que em 2022. A retração ocorreu pelo segundo ano consecutivo.
“Por fim, considerando que a pecuária é uma atividade plurianual, a redução no volume de matrizes poderá impactar a oferta de bezerros desmamados a partir do ano que vem”, frisa o Imea.
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