INDUSTRIALIZAÇÃO

Transição energética pode mudar cenário de biocombustível no Brasil

A industrialização do milho para a produção de etanol, além de proporcionar ganhos sustentáveis, pode triplicar o valor agregado do grão, afirma Datagro

Para Mato Grosso, a importância de investimentos em agroindústria, dentro da transição energética, se torna fundamental, tendo em vista que, isso pode ser responsável por alavancar a produção de matérias primas sustentáveis. A afirmação é do presidente da Datagro, Plínio Nastari, durante a primeira Conferência Internacional sobre Etanol de Milho, realizada pela Datagro e União Nacional do Etanol de Milho (Unem). 

O evento foi realizado na quinta-feira (21), em Cuiabá (MT). 

A industrialização do milho para a produção de etanol, além de proporcionar ganhos sustentáveis, pode triplicar o valor agregado do grão. 

“A agricultura vive de ciclos. E é o processo de industrialização que gera uma saída, uma renda adicional para a atividade como um todo que viabiliza a preservação e continuidade da expansão ao longo prazo. Diversificação, agregação de valor e complementaridade de produção de alimento e energia no agro é a solução e é a resposta que tem sido aplicada, no Centro-Oeste como um todo e em particular, no Mato Grosso” , afirma Nastari. 

Combustível do futuro pode beneficiar ainda mais Mato Grosso 

Nastari afirmou ainda que, a estimativa pela demanda de biocombustíveis possa triplicar até 2050, podendo gerar um adicional equivalente a 9,4 vezes a produção mundial hoje. 

Esse cenário ocorre devido a necessidade em reduzir pela metade a emissão de carbono na atmosfera até 2030 e isso, amplia o olhar e as oportunidades para os biocombustíveis renováveis, como o etanol de milho. 

“Existe um senso de urgência muito grande em relação a necessidade de ampliação de biocombustível que está sendo feita de forma sustentável, alavancando a produção de alimentos sem gerar competição, ao contrário, essa agregação de valor, gera um estímulo para que haja mais interesse e mais expansão para a produção de grãos e proteína, agregando valor a toda a cadeia”, pontua Nastari. 

A produção mundial de etanol de milho, demanda atualmente 86 milhões de toneladas do cereal. A estimativa é que o potencial necessário chegue a 810 milhões de toneladas. O Brasil possui capacidade para atender 113 milhões de toneladas desse montante.

Na avaliação de Nastari, a mensagem que deve ficar clara para a sociedade é a dimensão do papel dos biocombustíveis no cotidiano. Atualmente, a mistura do etanol na gasolina é um grande fator de redução do preço da gasolina nas bombas de combustível. 

“No Brasil, em janeiro, 45,6% de toda a demanda de gasolina foi substituída por etanol. Não tem país no mundo que chegou a essa marca. Em Mato Grosso, foram 62%. É um número extraordinário e significa que ao invés da gente exportar de outros países, podemos produzir energia no interior, gerando riqueza e benefícios ambientais”, finaliza. 


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