Nova Mutum é um dos municípios do estado que mais registrou prejuízos nas lavouras de milho provocados por roedores. O alvo dos animais passou a ser as espigas prontas para a colheita, durante o desenvolvimento da cultura. O ataque de forma agressiva fez algumas áreas perderem cerca de 50% na produção devido aos danos.
Os primeiros ataques começaram durante a semeadura do cereal e, muitas propriedades apresentaram estimativas de perdas significativas nos estandes de plantas pelo consumo do grão, ainda no solo.
Conforme o agricultor Patrik Lunardi em entrevista ao Patrulheiro Agro desta semana, no início os ratos comiam os pés das plantas de milho e em seguida, quando o pé já estava formado, subiram para as espigas.
“Ele começou a dar dano na espiga, abrir a espiga e isso, consequentemente, com a chuva estragou boa parte dessas espigas avariando os grãos. Foi uma praga que trouxe praticamente dois prejuízos, um da perda de estandes, população e outro da qualidade de grãos. Isso interferiu bastante na nossa produção”, diz Lunardi.
O agricultor, que está na fase final da colheita, cultivou 3,3 mil hectares de milho nesta temporada. Ele comenta que obteve uma diferença de 15 sacas a menos no talhão, onde tinha a pressão de ratos para o outro que não apresentou os ataques.
“Onde tinha bastante presença dos ratos, praticamente 50% da produção foi perdida. Essa é uma praga que para nós é nova e que traz perdas significativas, principalmente, em um ano como esse”, afirma ao Canal Rural Mato Grosso.
O consultor da Cowboy Consultoria, Cledson Guimarães, explica que além dos ataques iniciais, existe o ataque posterior.
“Além da semente o rato depois subiu e comeu a espiga, chegando a totalidade de muitas espigas. Nessa lavoura ele comeu 100%, mas o dano dele, após ele ter comido 30%, gerou uma perda de 100% da espiga”, pontua o consultor.
Na propriedade do produtor Renan Favretto, muitos talhões foram prejudicados pelos ratos. A colheita na área afetada da fazenda ainda não começou, mas as estimativas não são boas.
“Tinha esse medo e aconteceu. É muito feio, é devastador, é muito agressivo o dano que ele causa. E isso é coisa nova, a gente vai ter que aprender a controlar os ataques. No começo tinha redução de estande de até 30% e vai aumentar mais ainda essa porcentagem”, frisa Favretto.
Pelos cálculos do agricultor, dos quatro mil hectares de milho cultivados na fazenda, pelo menos 350 foram prejudicados pelos ratos.
Do ponto de vista do engenheiro agrônomo, Naildo Lopes, isso é algo fora do comum. “Eles nunca ficam perto do mato, sempre acham uma área um pouco mais longe, porque perto do mato às vezes tem uma coruja, um carcará que pode ajudar no controle. Então, ele realmente é uma praga e um ponto que a gente precisa observar muito”.
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