O reflorestamento com teca tem a cada dia se tornado uma solução sustentável e rentável em Mato Grosso. Na fazenda Icaroma, no município de Cáceres, 850 hectares da propriedade são ocupados com a espécie, que adaptou-se bem ao clima tropical do estado.
Hoje, Mato Grosso é o principal pólo brasileiro de produção da teca, uma árvore nativa da Ásia, que foi trazida ao Brasil como experimento na década de 1950. E, em 1970 em Cáceres foram plantadas as primeiras florestas comerciais do país.
A história da produção da teca em Mato Grosso e seu potencial sustentável e econômico é o tema do episódio 18 desta semana do MT Sustentável.
O diretor de Pesquisa e Relações Internacionais, Fausto Takizawa, da empresa brasileira Teak Resources Co. (TRC), que é considerada líder mundial na produção privada de teca plantada, conta que a tecnologia avançou muito desde os primeiros reflorestamentos.
“Uma das principais vantagens dessa tecnologia é a produtividade, de forma conservadora, ela tem uma produtividade 30% maior. Outra questão é a forma. Temos agora um fuste mais retilíneo, mais cilíndrico, importantíssimo para a serrada”, destaca Fausto.
Destaque em produtividade
De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o Brasil é o maior produtor de teca na América do Sul, com 88 mil hectares. Desse total, 77% estão em Mato Grosso.
Um levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que a área de florestas de teca no estado chega a 68 mil hectares.
Fausto também é secretário da Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), ele explica que o estado se tornou o berço da teca no país visto suas condições de solo e clima.
“Mato Grosso com as suas condições de solo e clima e como já havia também empreendimento voltado à teca, se tornou um motivo para todo o ambiente de negócio em torno da madeira”.
A madeira que é retirada dos reflorestamentos da TRC, é controlada por um sistema de rastreabilidade. Nenhuma tora é retirada sem as informações que permitam ao comprador conhecer a origem. O controle que se estende para a serraria.
O coordenador de Produção da Unidade Industrial da empresa, Elehilton Izel de Sales, explica que além da rastreabilidade, a madeira produzida na empresa também é certificada.
“É cumprido uma série de exigências que passam pelo tripé ambiental, econômico e social, e, anualmente, auditado. O comprador dessa madeira conhece o selo FSC e pela credibilidade do selo, garante que ele vai estar comprando um produto aliado a práticas sustentáveis”, conta Elehilton.
Aproveitamento da madeira
Outro destaque, é o aproveitamento da madeira para outros fins comerciais. Elehilton conta que tudo da teca é aproveitado e destaca os seus principais usos.
“Os principais são tábuas e blocos, mas a gente aproveita toda a parte de limpeza da madeira. Temos a venda da costaneira, que é um subproduto. Tem também o cavaco e o pó de serra que sai, todos eles são comercializados”, pontua o coordenador.
Além disso, práticas para o envolvimento da empresa com as comunidades vizinhas também são realizadas. Periodicamente, os colaboradores, em trabalho voluntário, desenvolvem diversas atividades. Já foi construído um viveiro para mudas frutíferas e nativas, curso para fabricação de sabão com reciclagem de óleo de cozinha e escolinha de futebol para as crianças e adolescentes.
A Assistente Administrativa da empresa, Vitória Vanini, expõe que tais práticas são importantes para as comunidades.
“No momento que a criança poderia estar na rua, nós levamos ela pra dentro do projeto. Essa criança tem que estar bem na escola, e em casa. Existe essa troca com a escola e com os pais, para que participem do projeto. Nós vamos vendo qual a necessidade da comunidade e o como podemos ajudar”, conta Victória.
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*Sob supervisão de Viviane Petroli