Levar informações corretas e apresentar cases de produção sustentável no Brasil. Esse foi um dos objetivos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em evento realizado no dia 16 de novembro em Bruxelas, na Bélgica, por meio do projeto Brazil Agri-Food Facts.
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O evento reuniu especialistas da indústria, pesquisa, produtores rurais e formuladores de políticas para debater fatos sobre o papel das técnicas agrícolas inovadoras na promoção da produção de alimentos sustentáveis em todo o Brasil e na Europa. Além disso, o encontro discutiu o fornecimento de maior segurança alimentar global.
Presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Arioli pontua que o projeto Brazil Agri-Food Facts, da ApexBrasil, envolve 15 entidades de diferentes setores do agronegócio.
“Há informações ruins que chegam para eles [europeus] ou informações boas que não chegam” — Ricardo Arioli
“A ideia com o projeto é melhorar a comunicação dos europeus com o agronegócio brasileiro, pois há informações ruins que chegam para eles ou informações boas que não chegam. O que estamos aqui é tentando nos colocar como fonte de informação”, comenta o dirigente da CNA.
Realizadores do Brazil Agri-Food Facts
Entre as entidades envolvidas no projeto, além da CNA, estão a Embrapa, o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Arioli, que também é produtor rural em Mato Grosso, explica que cada envolvido levou o conhecimento e informações de sua área.
“Queremos mostrar aquilo que fazemos em termos de aumentar a sustentabilidade dentro da propriedade” — Ricardo Arioli
“No caso da Abiove foi a informação da indústria, que tem hoje um relacionamento maior com os europeus, pois ela vende a nossa produção, seja em grão ou farelo. Nós, como produtores, evidentemente, queremos mostrar aquilo que fazemos em termos de aumentar a sustentabilidade dentro da propriedade na produção agropecuária”.
Ainda há quem não conheça o Código Florestal
Arioli lembra que nos últimos 10 anos, após a aprovação do Código Florestal, muita coisa mudou na produção agropecuária brasileira. Entre os exemplos, está a ampliação da produção agrícola em mais de 30% e a consolidação da segunda safra com novas opções, além do milho, como é o caso do algodão, feijão, pulses e girassol.
“Esse uso intensivo do solo que estamos fazendo, no caso do milho, nós deixamos de abrir 10 milhões de hectares, porque conseguimos fazer o cereal no cerrado depois da soja. Uma segunda safra em clima tropical, clima ao qual ainda estamos aprendendo o potencial que pode trazer para a agropecuária”, afirma o presidente da CNA.
Outro ponto destacado no evento foram os sistemas integrados de produção de lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, o que permite a realização do boi safrinha.
“Você consegue ao final de quatro meses do boi safrinha entregar um animal jovem para ser abatido que veio de área agrícola” — Ricardo Arioli
“O boi safrinha você coloca pelo menos cinco vezes mais cabeças de gado por hectare do que na pecuária tradicional na época em que o pasto está bem degradado nesta. Você consegue ao final de quatro meses do boi safrinha entregar um animal jovem para ser abatido que veio de área agrícola, que também usa os grãos para fazer a própria alimentação do animal”.
Conforme destaca Arioli, a Reserva Legal também foi um ponto de informação levada para os europeus. “Muitos deles não conhecem o Código Florestal brasileiro. Eles não sabem que a Reserva Legal é uma área de preservação ambiental que pertence ao produtor, que faz parte da propriedade e vai a acompanhar para o resto da vida”.
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