Segundo maior produtor nacional de etanol (cana e milho), Mato Grosso bateu recorde na safra 2023/24 atingindo 5,72 bilhões de litros. O volume representa um aumento de 32% em relação ao período anterior (4,34 bilhões de litros).
Celeiro da produção de grãos e proteína vermelha, o estado, na avaliação do diretor-executivo do Bioind-MT (Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso), Giuseppe Lobo, no sentido da verticalização, “precisa passar a ser o supermercado e o posto de combustível do Brasil”.
“É nesta toada que o etanol conquista esse espaço. [um volume de] 5,7 bilhões de litros obviamente é muito mais do que o próprio mercado interno de Mato Grosso consome. É uma população relativamente pequena e esse etanol, certamente, vai ser distribuído para todo o Brasil”, diz Giuseppe em entrevista ao programa Estúdio Rural, deste sábado (27).
O incremento de 32% é o maior percentual anual da produção de etanol já registrado no estado. Com o resultado, o estado ficou apenas atrás de São Paulo.
“Eu acho que o grande fator que determinou esse crescimento foi o ímpeto empresarial, ímpeto da indústria de etanol de investir, de acreditar em Mato Grosso, de fazer pesquisa, inovação, investir em produtividade. E, claro que tem o crescimento do número de plantas, mas sobretudo é ganho de produtividade que tivemos ao longo desse período”.
Custos e logísticas são desafios
Conforme o diretor-executivo do Bioind-MT, assim como nos demais setores econômicos, a indústria de etanol também vive um margens apertadas em relação aos outros anos, assim como observa elevação de seus custos, principalmente o logístico.
A questão da infraestrutura logística, inclusive, é considerada um ponto de atenção e que preocupa, uma vez que o estado está cerca de um mil quilômetros de distância dos principais polos consumidores e refinarias e não há frete de retorno.
Hoje, Mato Grosso conta com 18 usinas de etanol, das quais 15 associadas ao Bioind-MT.
“O Bioind-MT têm 12 empresas associadas e esse número de 15 é em virtude de algumas empresas terem mais de uma planta. A perspectiva é de crescimento [da produção], não só pela produtividade, mas também depende de algumas questões de logística, e tributária”, salienta Giuseppe ao Estúdio Rural.
O diretor-executivo da entidade pontua que o governo de Mato Grosso deveria “pensar com carinho nessa questão tributária”, visto que hoje os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás “têm uma política de incentivo à produção de etanol bastante robusta”.
Ele lembra ainda que a questão da reforma tributária pode trazer, também, impactos para a produção do biocombustível no estado.
“Vai afetar bastante a competitividade. Precisamos estar atentos a este debate. Precisamos estar atentos, também, ao combustível do futuro. É uma nova oportunidade e que, obviamente, os outros estados estão atentos e que se não estivermos na vanguarda dessa legislação e dessas medidas, a gente pode perder indústrias”.
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