Mato Grosso

Glauber Silveira: tendência de consumo externo para o milho é crescer a cada ano

Pressão no cereal brasileiro é decorrente a redução na produção internacional

A quebra de safra na Argentina somada a redução em 50% da produção na Ucrânia e a um Estados Unidos sem aumento na produção nesta safra 2022/23 são alguns dos fatores que estão pressionando o mercado do milho no Brasil. O país deve produzir nesta temporada 123,743 milhões de toneladas, 9,4% a mais que na passada, conforme projeção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Para o agricultor brasileiro tal pressão é considerada interessante, pontua o comentarista do Canal Rural Mato Grosso, Glauber Silveira. “O produtor na verdade ele quer é mais compradores”.

Glauber Silveira: Brasil deve ser protagonista nas exportações de milho; logística precisa avançar

A entrada da China na lista de compradores do milho brasileiro é vista com bons olhos, visto ser mais uma opção de mercado, apesar de no primeiro momento não ter se imaginado que viria de forma “agressiva”. Somente em janeiro 1,5 milhão de toneladas de milho foram embarcados para o país asiático.

“Isso com certeza pressiona o mercado, porque o Brasil vem exportando em torno de 30, 35 milhões de toneladas. Você entra com a China e o país já tem esses mercados cativos, no caso do Irã que compra oito milhões de toneladas, e não vê ninguém pensando em diminuir. A tendência de uma certa forma é todos os países cada ano crescendo aos poucos”.

Problema do milho no Brasil é a logística

O comentarista pontua que apesar da projeção de safra recorde para o milho brasileiro, a mesma ainda é incerta, uma vez que há atrasos, em especial em Mato Grosso, na semeadura diante do alongamento do ciclo da soja diante das chuvas.

Entretanto, de acordo com Glauber Silveira, no caso do Brasil o maior problema para o milho chama-se logística.

“Eu acredito que milho não vai faltar. A questão muitas vezes é que esse milho fica mal localizado. Vamos supor que você tem um milho que está em Cláudia (MT) e você precisa levar para Concórdia (SC). É muito distante. O consumidor tem que se precaver. Tem que comprar antecipadamente e a Conab tem que voltar a cumprir o papel de abastecimento com estoques”.

 

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