FINANCIAVA ORGANIZAÇÃO

Operação em MT e GO mira fazendeiro suspeito por furto de R$ 12,9 mi em defensivos agrícolas

Ordem judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá e são cumpridas nas cidades de Itumbiara (GO) e em Canarana (MT)

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Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

Ordens judiciais em Canarana (MT) e Itumbiara (GO) são cumpridas nesta segunda-feira (30) contra um fazendeiro alvo da investigação pelos crimes de receptação qualificada e integrar organização criminosa especializadas em furtos de defensivos agrícolas. Segundo informações da Polícia Civil de Mato Grosso, as cargas adquiridas pelo investigado somam aproximadamente R$ 12.964.556,91 em prejuízo às vítimas.

A ação faz parte de mais uma fase da Operação Cerco Verde, deflagrada em investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCC0).

As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Além do cumprimento de mandados, sendo um de prisão preventiva, três de busca e apreensão, foram realizados pela investigação o sequestro de bens e bloqueio de valores no montante de mais de R$ 1,7 milhão.

Furtos ocorridos entre 2021 e 2023

As investigações envolvem furtos de defensivos agrícolas ocorridos entre os anos de 2021 e 2023. Conforme a Polícia Civil, os integrantes do grupo criminoso que atuava com furtos de defensivos agrícolas em propriedades rurais em diversas regiões de Mato Grosso foram presos em outra fase da operação, deflagrada em agosto deste ano.

Três furtos investigados pela GCCO ocorreram em 2021, em fazendas dos municípios de Ribeirão Cascalheira e Ipiranga do Norte, e outro em dezembro do ano passado, em Araguaiana.

Somente na propriedade de Ribeirão Cascalheira foram subtraídos mais de R$ 864 mil em defensivos agrícolas e, de acordo com as investigações, os produtos foram entregues na fazenda do investigado na cidade de Itumbiara (GO). Foi constatado, pontua a Polícia Civil, que após receber os defensivos furtados, fazendeiro realizou depósito de valores nas contas bancárias dos autores do furto.

Ainda conforme a Polícia Civil, as investigações mostram que o fazendeiro integrava de forma livre e consciente, estável e permanente, a organização criminosa, desempenhando papel central e contínuo na organização criminosa voltada ao furto e receptação de defensivos agrícolas.

Evidências mostram que, desde 2021, suas propriedades rurais localizadas em Canarana e Itumbiara eram utilizadas como locais de apoio logístico para o grupo criminoso, que frequentemente se hospedavam e escondiam defensivos nas propriedades.

Além disso, o investigado oferecia ainda informações privilegiadas ao grupo, como alertas sobre operações policiais, bem como indicava os alvos de furtos. Em dezembro de 2023, um veículo suspeito de envolvimento em um furto, bem como os defensivos subtraídos de Fazenda vizinha foram encontrados na fazenda do investigado em Canarana.

Além de fornecer suporte logístico, o investigado financiava as operações do grupo conforme vultuosas e constantes transferência de recursos direcionadas a todos membros do grupo, antes e depois dos crimes, sendo o destinatário contumaz dos defensivos subtraídos, adquirindo os produtos subtraídos por valores muito inferiores ao preço de mercado, gerando lucros extraordinários.

Conforme análise dos dados bancários, entre os anos de 2021 a 2024, o investigado teria transferido aos integrantes do grupo criminoso, pelo menos, um total de R$ 863.439,49.

O delegado responsável pelas investigações, Antenor Pimental, ressalta que por meio das investigações ficou claro que o fazendeiro não atuava apenas como um receptador de defensivos agrícolas furtados, mas sim um colaborador ativo na organização criminosa, prestando apoio de informações, logístico e financeiro ao grupo criminoso, antes e depois dos crimes.

“A produção agrícola é o grande motor econômico do estado de Mato Grosso, o que atrai a atenção de grupos criminosos. Os defensivos agrícolas, por serem insumos de alto valor agregado, fomentam um mercado paralelo ilícito, que depende de um nicho muito específico para dar vazão a mercadoria subtraída. As investigações continuam para identificar outros receptadores, que são os principais fomentadores e pessoas que lucram com esse tipo de crime”, frisa o delegado.


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