A União Europeia quer implementar o Regulamento Europeu Sobre Desmatamento (EUDR), que estabelece exigências rigorosas para a entrada de commodities e seus derivados no mercado europeu. Na avaliação do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, isso influencia na logística do transporte de grãos, principalmente, a soja.
A preocupação da entidade, diante do regulamento, é que ela restringe a compra de áreas desmatadas legalmente, a partir de dezembro de 2020.
“Para fazer essa logística não será fácil e terá altos custos. E aí vem a pergunta: a Europa está disposta a pagar isso? Os cálculos básicos mostram que a tonelada deve ficar U$60 dólares mais caro. Nós levamos a nossa preocupação para a Europa na ‘Missão Logística Europa’ da Aprosoja-MT”, pontua Beber.
Conforme diz o presidente ao Conexão FPA-MT desta semana, é importante considerar que o Centro-Oeste, o Norte e o Nordeste do país são áreas que fizeram a supressão vegetal para a implantação de lavouras mais recentes. E que se fosse segregar, no máximo, os Portos do Rio Grande do Sul e do Porto de Paranaguá, seria possível.
Já o Porto de Santos recebe soja de todos os cantos do Brasil, inclusive, do Centro-Oeste.
“Existe uma onda cultural na Europa, por desconhecerem a nossa agricultura, que é muito sustentável, de inibir o desmatamento. Sendo que eles fizeram tudo isso mas precisamos pensar no agora. Os agricultores de lá ficaram contentes por um lado por ficarem mais competitivos, dificultando a nossa produção e exportação”, explica Beber.
Durante a Missão Logística Europa, a Aprosoja-MT levou parlamentares para participar ativamente da visita estratégica e de diálogos importantes.
Beber ainda pontua que é preciso refletir o quanto o Brasil precisa melhorar e avançar na questão de transportes.
“É preciso quebrar barreiras e paradigmas, principalmente, no que diz a sustentabilidade e de narrativas falsas. O mercado europeu ele patrocina ONGs e as nossas informações são levadas através delas. Eles estão fazendo totalmente o contrário daquilo que fazemos e nós sempre pensamos em sustentabilidade. É preciso pensar no bem comum, não só do produtor mas do país inteiro”, finaliza.
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