Em menos de 3 meses, o número de pedidos de recuperação judicial no setor produtivo em Mato Grosso superou o registrado no ano de 2022. O crescimento decorre, principalmente, da quebra de produtividade na atual safra de soja e a desvalorização do grão, comprometendo a rentabilidade do setor. A situação tem preocupado cada vez mais lideranças do agro no estado.
Ao todo, segundo o levantamento do Sistema OCB/MT, foram registrados 23 pedidos, até agora, em 2024. Os números de 2023 ainda não foram fechados.
Lideranças do agro e integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), temem os impactos desta enxurrada de pedidos de RJ para a economia das cidades, do estado e dos agricultores.
O Conexão FPA-MT desta semana destaca os problemas desse aumento no programa desta semana.
Frederico Azevedo, superintendente do Sistema OCB/MT, explicou que isso causa um impacto para o setor produtivo e para os credores uma vez que isso acaba gerando um efeito rebote no mercado.
“A orientação para os produtores é que tenham calma e que não caiam na história de que a recuperação judicial vai resolver todos os problemas da lavoura. Os números em 2024 são bem maiores que todo o ano de 2022 e a preocupação é que isso não gere um efeito cascata no setor”, constata Azevedo.
Segundo Azevedo, o Governo Federal deve vir com uma linha de socorro para ajudar os produtores a terem fôlego em um momento de dificuldade na safra.
Entidades do agro e legislativo orientam produtores mato-grossenses
A orientação do Fórum Agro para os produtores do estado é que saibam dos riscos e benefícios para que tomem a melhor decisão. Os efeitos nocivos para os menores municípios que dependem, exclusivamente, da produção agropecuária e que possuem muitas recuperações judiciais pode afetar todo o universo que cerca o agro.
Para o deputado estadual, Diego Guimarães (Republicanos-MT) a recuperação judicial deve ser usada de forma excepcional e é um instrumento que não pode ser banalizado.
“Nós vamos fazer um amplo debate para aprofundar no assunto e mostrar a preocupação para o produtor e que ele possa ter consciência disso e, sabendo que o momento de crise vai ser superado por um política nacional ou estadual de auxílio aos produtores”, frisa Guimarães.
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