Mato Grosso conta com cerca de 16 plantas frigoríficas aguardando a habilitação no Sistema Brasileiro de Produtos de Origem Animal (Sisbi), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A escassez de médicos veterinários “oficiais”, segundo o setor produtivo e órgãos de fiscalização, é o principal entrave para o avanço de tais adesões.
O entrave vivido por Mato Grosso quanto as habilitações das plantas frigoríficas no Sisbi é o destaque desta semana do Conexão FPA-MT.
O Sisbi tem como missão padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar.
A implementação do sistema garantiu aos estados e municípios o direito de solicitar a “equivalência” dos seus serviços de inspeção (SISE e SIM, respectivamente) ao do Serviço de Inspeção Federal (SIF), tornando mais “fácil” o sinal verde para que plantas frigoríficas que não possuem o SIF possam comercializar produtos em todo território nacional.
A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Emanuele de Almeida, explica que apesar de ser semelhante ao SIF, o Sisbi é gerenciado pelo Instituto.
Para que uma planta frigorífica receba a habilitação do Sisbi, frisa a presidente do Indea-MT, é preciso que ela cumpra às questões sanitárias e todo um protocolo de exigências.
“A principal exigência, e que hoje é o que nós enfrentamos de entrave, é [a presença] um médico veterinário oficial na planta para acompanhar todo o serviço de inspeção pós-abate”.
Situação afeta o setor produtivo
Conforme o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, o setor produtivo sempre “busca uma convivência da melhor maneira possível com os frigoríficos”.
Ele salienta que quanto melhor a indústria estiver perante ao mercado, quanto mais estiver comercializando, melhor assistido o produtor estará quando vender os seus animais.
“Foi nessa atenção especial dada aos frigoríficos que nós percebemos, por parte de alguns deles, a necessidade de ampliar o seu comércio à nível de Brasil. E no entanto, quando eles foram procurar essa solução, se depararam com essa dificuldade da falta de profissionais habilitados”.
O presidente da Acrismat comenta que hoje aproximadamente cinco frigoríficos de suínos buscam habilitação do Sisbi.
“Conforme eles ampliam o mercado deles, amplia a busca pelo suíno e isso vem de encontro com aquilo que o produtor precisa, que a suinocultura do estado como um todo precisa”.
Solução através de parcerias
De acordo com a presidente do Indea-MT, Emanuele de Almeida, no Sisbi é necessário a exclusividade do profissional dentro da unidade frigorífica e hoje, mesmo já tendo realizado concurso público, o estado, assim como ocorre em outros estados, não consegue realizar tal disponibilização.
Entre as alternativas buscadas pelo Indea-MT está a parceria com as prefeituras de municípios que possuem plantas frigoríficas. Neste caso, as prefeituras disponibilizam os médicos veterinários.
Outra alternativa, possibilitada por decreto federal, é a parceria com o serviço social autônomo, que em Mato Grosso está sendo realizada com o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
“Já estamos em tratativas com essa instituição e iniciamos um processo de construção de uma parceria para que eles possam, juntamente com essas plantas frigoríficas e o Indea-MT, executar esse trabalho”.
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