CONEXÃO FPA-MT

‘A agricultura brasileira nunca esteve tão abandonada e largada’, diz presidente da Aprosoja-MT

Atraso no lançamento do Plano Safra prejudica o próximo ciclo e causa insegurança quanto aos recursos e taxas de juros

O adiamento em cerca de uma semana do lançamento do Plano Safra 2024/25 para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) “demonstra uma falta de compromisso do governo, que atrapalha o planejamento do produtor”.

De acordo com o presidente da entidade, Lucas Costa Beber, a “agricultura brasileira nunca esteve tão abandonada e largada, como está neste momento” de crise provocada pelas adversidades climáticas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, e os preços.

“Pedimos auxílio para os produtores, principalmente, para evitar as famosas recuperações judiciais e nós vemos que o governo virou as costas para o produtor, porque anunciou medidas e quando vieram foi tarde. Não tinha recursos suficientes, juros altos”, frisa o presidente da Aprosoja-MT ao Conexão FPA-MT desta semana.

Ele afirma ainda que o setor teme que o anúncio do Plano Safra na tarde desta quarta-feira (3) “venha com linhas de juro igual ou às vezes até superiores ao ano passado para a maioria dos produtores”.

“Esse tipo de atraso no anúncio não só traz desconfiança por parte do produtor, mas também para os investidores que investem no país, investem na agricultura. Isso tudo traz instabilidade e incertezas. Então, nós temos essa preocupação”.

Agenda verde não funciona mais, diz Aprosoja-MT

Recentemente a Aprosoja-MT participou de um encontro entre produtores de soja na Europa. O evento contou com a presença de representantes do setor de diversos países, como Estados Unidos, Paraguai, Canadá, França, Alemanha e Austrália.

A “agenda verde”, de acordo com Lucas, acabou sendo o principal foco da discussão.

“Brasil e Paraguai são dois países modelos para o mundo e, infelizmente, essa lei vem para penalizar justamente nós que temos mais fronteiras, muitas áreas de conservação. Você ouve falar muita coisa, mas na prática eles querem impor para o produtor brasileiro, para a nossa agropecuária, que é a que menos emite carbono no mundo”.

O presidente da Aprosoja-MT comenta ainda que “deixamos claro que essa agenda verde serviu como protecionismo econômico lá atrás, que os países faziam um contra os outros e mesmo os que usaram hoje criaram um monstro que está começando a engolir eles também”.

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