Mato Grosso

Soja: fertilizantes e sementes puxam em MT queda de quase 13% no custeio da safra 2023/24

Ao se comparar com os ciclos 2020/21 e 2021/22 desembolso do produtor ainda é alto para semear um hectare de soja

As despesas com o custeio da safra 2023/24 de soja em Mato Grosso apresentaram queda de 12,91% em abril no comparativo com o consolidado da safra 2022/23. A queda é puxada pelos fertilizantes e corretivos que recuaram 21,28%, além da sementes com 20,51%.

Somente as despesas com o custeio, que influencia diretamente no custo operacional efetivo (COE), ficaram em R$ 4.276,56 para plantar um hectare, de acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na safra 2022/23 o custeio fechou em R$ 4.910,24.

Apesar da retração entre uma safra e outra, o desembolso do produtor mato-grossense para plantar um hectare ainda é alto ao se comparar com o custeio do ciclo 2021/22 de R$ 2.936,56 e de R$ 2.391,26 da temporada 2020/21.

“Esse cenário é reflexo da desvalorização nos preços dos insumos nos últimos meses, devido à menor demanda, cenário de oferta mais otimista no mercado externo e ao recuo mensal do dólar”, explica o Imea.

Em relação a projeção de março, o Imea aponta leve queda de 0,67% no custeio.

O desembolso com semente em abril para plantar um hectare na safra 2023/24 ficou em R$ 661,85 e com fertilizantes e corretivos em R$ 1.902,84. Já defensivos agrícolas R$ 1.349,51.

Mais Milho Colheita Soja e Plantio de Milho Cláudia Mato Grosso Foto Pedro Silvestre Canal Rural Mato Grosso
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Apesar de queda, custos na soja seguem altos

Em relação ao custo operacional efetivo, conforme o Imea, verifica-se uma retração de aproximadamente 7% em decorrência ao custeio, de R$ 6.266,79 na safra 2022/23 para R$ 5.811,78 projetado para 2023/24.

Na safra 2020/21 o custo operacional efetivo consolidado foi de R$ 3.305,34, enquanto no ciclo 2021/22 de R$ 4.072,37.

A projeção é que o custo total da safra 2023/24 fique em R$ 7.461,40, abaixo dos R$ 7.621,78 da temporada passada, contudo ainda acima do custo total das temporadas 2021/22 (R$ 5.187,93) e 2020/21 (R$ 4.170,11).

“Apesar da queda nas despesas, o preço da soja tem se desvalorizado e o ponto de equilíbrio para custear pelo menos o COE ficou em R$ 109,83 a saca, aumento de 8,47% ante a safra passada. Por fim, é importante destacar que em maio a paridade de exportação para março 2024 tem ficado pressionada no estado, fechando na média de R$ 119,35 a saca (média até 19/05), acendendo o alerta para as margens dos produtores”.

 

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