Mato Grosso

Sobre áreas de pasto degradado, lavouras de grãos avançam no norte de Mato Grosso

Áreas de pastagens degradadas estimulam o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária proporcionando qualidade de solo e rentabilidade

A grande disponibilidade de áreas de pastagens degradadas tem estimulado o investimento no sistema de integração lavoura-pecuária em Marcelândia, norte de Mato Grosso. O município, que atualmente conta com um rebanho bovino de aproximadamente 200 mil animais, vive a expectativa de também tornar-se referência na produção de grãos no estado.

Marcelândia conta hoje com uma área de 140 mil hectares destinada às lavouras. A expectativa, pontua o Sindicato Rural do município, conforme trazido no episódio 72 do Patrulheiro Agro desta semana, é que a oleaginosa ganhe espaço significativo nos próximos cinco anos e chegue a aproximadamente 300 mil hectares, aproveitando áreas de pastagens degradadas.

Delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e produtor rural em Marcelândia, Diego Francisco Bertuol, comenta que o crescimento da produção de soja em cima de área de pastagem, bem como milho e algodão, no município é um conjunto de fatores.

“Mas, o principal é o regime de chuvas que nós temos aqui. Isso favorece fazer duas safras, tanto a de soja e a de milho. Aqui mesmos vizinhos já estão começando a fazer experimentos com o algodão. E, claro a rentabilidade, porque hoje o boi deu uma diminuída e o pessoal tem procurado vir para a lavoura”, comenta Bertuol.

Nesta safra 2022/23, Bertuol comenta ter destinado cerca de 700 hectares para a soja em sua propriedade. “O pessoal já vem com a parte de conhecimento, a parte técnica, vem investindo em perfil de solo, em calcário, em gesso. Aí você coloca soja em cima e dá esse sojão que está dando aí”.

Maior produtividade por hectare

Uma das pioneiras em Marcelândia a ingressar no sistema de lavoura-pecuária é a agricultora Silvania Miranda Garcia Martins. A propriedade da família produz hoje 1,5 mil hectares de soja e contam com um armazém.

“Aquelas áreas degradadas que não produzia, que era uma cabeça de vaca por hectare, hoje estão produzindo em média 70 sacas por hectare. Eu sempre falo que temos uma Sorriso dentro de Marcelândia. Então, nós temos tudo para daqui a pouco estar ganhando a fama de Sorriso e ser a capital da produção de soja no estado de Mato Grosso”, diz a agricultora.

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Marcelândia, Marcelo Ricardo Cordeiro, muitos produtores estão realizando a integração entre lavoura e pecuária no município.

“E, muitos deles estão indo para a lavoura. A pecuária depende da lavoura porque o trato do gado depende da lavoura. O pecuarista cada vez mais, e isso já é feito, está investindo em genética. Então, aquele gado que dependia de uma área muito maior, hoje faz em uma área menor e com mais qualidade”, salienta Cordeiro.

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Logística é outro fator para crescimento das lavouras

De acordo com o segundo vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Agenor Vieira de Andrade Neto, a logística é outro ponto que tem atraído os produtores quanto a implantação de lavouras.

“O produtor rural de Marcelândia em virtude da logística, que ficou bem interessante com o escoamento dos grãos pelos Portos do Pará, passou a ter a opção e a viabilidade de agregar as duas atividades, que na nossa maneira de entender se complementam. Elas somam e oferecem a oportunidade de o produtor estar fazendo tanto grão quanto carne ou genética na sua propriedade”.

 

 

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