LEVANTAMENTO

Safra 24/25 de soja em MT tem cenário desafiador marcado pela pressão nos preços

A pressão é observada tanto nos mercados internacionais quanto nacionais, segundo o Funding da Soja

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

O custeio da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso é de R$ 50,27 bilhões. É o que aponta o Funding da Soja, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo o relatório, o cenário para a temporada se apresenta desafiador, marcado pela pressão nos preços internacionais e nacionais, além das mudanças na estrutura de financiamento.

A área destinada para a oleaginosa na safra 2024/25 é de 12,66 milhões de hectares. Dados do Custo de Produção Agropecuário de Mato Grosso (CPA/MT), elaborado pelo Imea em parceria com o Senar Mato Grosso, revelam um custeio de R$ 3.969,90 por hectare.

O relatório destaca, que desde o início de 2024, os preços da soja se mostram pressionados diante da produção mundial, principalmente dos Estados Unidos e da Argentina, fator que contribuiu para que a expansão da área mato-grossense não seguisse a tendência das safras passadas.

Além disso, a pressão nos preços da saca de 60 quilos, gerou desafios de comercialização, o que pode resultar em menor rentabilidade e maior instabilidade no mercado.

Mercado de crédito agrícola

O Funding da Soja mostra ainda que no que tange ao mercado de crédito, entre os anos de 2023 e 2024 este tem se mostrado “mais burocrático e com maiores custos para o financiamento do setor, diante de um menor capital disponível no campo, que impacta nas cadeias de fornecimento”.

O relatório do Imea frisa ainda que “com isso, há uma tendência de diminuição das negociações a prazo em insumos e o encarecimento do crédito, além do aumento de obstáculos na tomada de recursos financeiros. Além disso, a presença de recuperações judiciais entre os agentes da cadeia, tem preocupado os fornecedores de crédito, que passam a avaliar com maior rigidez os parâmetros de concessão de capital”.

Ao se analisar a participação dos recursos próprios se observa uma queda acentuada de 12,78 pontos percentuais, influenciada também por diferenças metodológicas no Sistema Financeiro. Já a participação das multinacionais apresentou recuo de 0,67 ponto percentual e das revendas 4,05 pontos percentuais, chegando a 13,11%, “considerando as observações de risco de concessão de crédito em maior medida, já que a propensão é de que essas empresas com porte menor, tenham menos mecanismos de segurança”.

Já os bancos, ligados às fontes federais de cunho controlado, é observado aumento de 4,58 pontos percentuais no funding, atingindo uma participação de 8,69%. O Sistema Financeiro mostra um aumento de 13,78 pontos percentuais, ligado principalmente à adição da disposição de crédito das linhas próprias dos bancos.

Safra 25/26 tende para redução de custos

De acordo com o Funding da Soja, para a safra 2025/26 o projeto CPA/MT, em sua primeira estimativa, mostra que os custos de produção podem diminuir em 3,87% quando comparado a atual safra, diante de um recuo expressivo nas sementes de 20,05%.

“Dessa forma, o custeio da próxima safra pode sofrer variações a partir da perspectiva de oferta e demanda de insumos, os custos logísticos e fatores cambiais”, diz o relatório, que ressalta ainda que “as perspectivas indicam desafios na composição do financiamento, especialmente considerando a variação no preço da soja, no comparativo com safras anteriores e a menor disponibilidade de recursos próprios por parte dos produtores”.


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