Primavera do Leste (MT) deu a largada na semeadura da soja 2022/23. Quase 48 mil hectares cobertos com pivôs devem receber as sementes neste primeiro momento. Vazio sanitário encerrou nesta quinta-feira (15).
O produtor e presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, Marcos Bravin, antes mesmo de o sol raiar nesta sexta-feira (16) já estava com as máquinas ligadas e levando para campo as sementes para cobrir os primeiros talhões dos 1,2 mil hectares irrigados destinados a soja em sua propriedade.
De acordo com Bravin, investimentos nesta safra foram realizados em adubação. A expectativa é alcançar uma boa produtividade, que lhe gere renda diante o alto custo de produção.
“O investimento é para colher acima de 60 sacas por hectare. Fizemos todo um trabalho de preparo do solo, correção com calcário, com gesso. Aqui em Primavera do Leste quem tem pivô praticamente já começou o plantio hoje”, comenta Bravin.
Mesma área, mas produtividade baixa
O município, localizado a cerca de 235 quilômetros de Cuiabá, deve cultivar nesta safra em torno de 300 mil hectares com soja. A área é praticamente a mesma do ciclo 2021/22. A projeção para a produtividade, entretanto, é baixa frente a anterior, sete sacas a menos por hectare.
O presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste revela haver uma perspectiva de colheita de 50 sacas por hectare em média. “No nosso município, em um ano como esse, a gente espera menos por causa da diminuição de fertilizantes. Quem conseguiu comprar cedo, recebeu. Quem deixou para comprar mais tarde, além da alta valorização, está vendo atraso na entrega”.
Aprosoja-MT pede cautela diante custos
A cautela para iniciar os trabalhos nos 11,8 milhões de hectares destinados a soja nesta safra segue sendo a palavra de ordem. Não apenas em decorrência as chuvas que ainda não chegaram, mas quanto a investimentos diante o atual cenário de custos altos.
Somente com insumos, por exemplo, os gastos estão 70% maiores que na safra 2021/22.
“O produtor rural é um homem que joga todas as suas fichas no investimento, quando a variável principal é o clima. A gente vem de um cenário em que o margeamento, a viabilidade de investimento, está sendo feita com as máximas das commodities, tanto a soja quanto o milho, seja uma máquina, uma estrutura de armazenamento e a própria safra. Então, é preciso muita cautela no investimento. Avaliar o curto e médio prazo”, diz Fernando Cadore, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Cadore lembra que o principal insumo de toda produção é a viabilidade. “O produtor tem feito a sua parte. Precisamos que os poderes públicos façam a sua também. Precisamos de infraestrutura, logística, políticas, como o Plano Safra, que atendam ao produtor”.
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