PATRULHEIRO AGRO

Nordeste de MT pede prazo para quitar dívidas da safra 2023/24 de soja

Segundo o Sindicato Rural de Canarana, a estimativa é de que, ao final desta temporada, a produtividade média das plantações não ultrapasse a marca de 45 sacas por hectare

Com perdas significativas na produtividade, municípios da região nordeste de Mato Grosso pedem mais prazo para quitar a dívida herdada da soja em 2023/24. A colheita está em fase final, e um levantamento ainda está sendo feito nas lavouras. Mas, de acordo com o Sindicato Rural de Canarana, a estimativa é de que, ao final desta temporada, a produtividade média das plantações não ultrapasse a marca de 45 sacas por hectare.

Em Canarana, município do Vale do Araguaia, já existem registros de perdas significativas na produtividade da safra. A colheita está na fase final e um levantamento ainda está sendo feito no campo. 

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural MT

De acordo com a entidade, a estimativa é de que o município não ultrapasse 45 sacas de soja por hectare, na média final. Nesta temporada foram cultivados, aproximadamente, 330 mil hectares da oleaginosa e restam pouco menos de 5% da área para ser colhida no campo. 

“A gente nem pede anistia, nós pedimos condições de pagamentos. Que dê um prazo de carência maior, de dois ou três anos, e que parcele essa dívida de três a cinco anos para a pessoa conseguir pagar”, diz o presidente do Sindicato Rural, Alex Wish, em entrevista ao Patrulheiro Agro desta semana.

Com otimismo, as perdas no município devem chegar a 25%

Segundo o agricultor Euclásio Júnior, os produtores da região estão desacostumados com dois problemas que ocorreram nesta safra: quebra de produção e queda de preço. “A questão é não ter produção e também não ter preço. Foi algo horroroso a primeira soja que colhemos com 270 milímetros de chuva”.

Nesta temporada o agricultor cultivou 6,2 mil hectares de soja na propriedade em Água Boa. Conforme Euclásio, a expectativa já era uma safra com pouca produção.

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural MT

“Tínhamos comercializado algo em torno de 20% e os compromissos de barter, não foi possível cumprir todos. Têm contratos com trading que ficou em aberto, contratos de barter com as revendas que ficou em aberto, estamos tentando negociar isso aí. É um ano que não tem rentabilidade, é um ano de prejuízo na nossa região aqui de Água Boa”, pontua.

O presidente do Sindicato Rural de Água Boa, Geraldo Delai, explicou que, sendo otimista, as perdas chegam a 25% com relação ao ano passado. E que no município, cerca de 70% dos produtores são arrendatários, trazendo mais uma preocupação para o campo. 

“Todas as negociações envolvem acertos, a dívida aumenta e nossa maior preocupação hoje, são as recuperações judiciais. O desespero momentâneo do produtor, fez ele procurar a primeira corda que ele pode pegar e que ele pode alcançar. A oferta que estão oferecendo, que as RJs estão trazendo, gera bastante preocupação de todo o setor”, comenta. 

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro


Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.

Sair da versão mobile