A safra 2022/23 brasileira de soja há tempos dá sinal de que será a mais cara da história. A guerra e a alta dos fertilizantes (possível cartel) são grandes complicadores. O relatório de junho – referente a maio – de custos de produção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) vem para refletir esse cenário.
De acordo com o documento, o agricultor de Mato Grosso que vai instalar seu grão geneticamente modificado neste ciclo terá que desembolsar 49,2% a mais do que na temporada anterior. Isso porque o custo do hectare passou de R$ 4.357,16 no quinto mês de 2021 para R$ 6.505,53 em maio deste ano.
Tais números não consideram os custos de oportunidade da terra, capital circulante, máquinas e implementos e benfeitorias. Com esses ingredientes na conta, o total passa de R$ 5.187,93 para R$ 7.527,74/hectare.
Vilões do aumento da soja
Os principais insumos a encarecer os valores pagos pelo produtor de soja são os fertilizantes, de fato. Os macronutrientes tiveram alta de 119,8% em um ano, partindo de R$ 1.028,96 por hectare para R$ 2.262,41.
Em seguida, os custos com sementes também pesarão no bolso. O acréscimo foi de 69%. Assim, cada hectare semeado passou de R$ 494,95 para R$ 837,29, incluindo semente de cobertura.
Na esteira dos aumentos, os defensivos tiveram alta mais tímida, de 23,9% em um ano. Veja, abaixo, os aumentos segmentados por cada produto para a produção de soja.
Defensivos
- Fungicidas: R$ 360,80 – R$ 420,01/ha – (16,4%)
- Herbicida: R$ 222,57 – R$ 329,32/ha – (47,9%)
- Inseticida: R$ 426,46 – R$ 503,72/ha – (18,1%)
- Adjuvantes/outros: R$ 68,01 – 83,41/ha – (22,6%)