Representantes de 11 municípios das regiões norte e noroeste que produzem café em Mato Grosso buscam recursos para ampliar a produtividade do grão. Atualmente, o número de famílias produtoras é 400 e o esperado em um ano é que esse número suba para 2,5 mil famílias e em dois anos para cinco mil produtores.
A Associação dos Cafeicultores de Mato Grosso (Acafemat) pediu auxílio do Poder Legislativo do estado, em parceria com a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), de investimentos na ordem de R$ 18 milhões para a aquisição de máquinas e contratações de assistências técnicas.
A demanda apresentada foi estruturada com base no potencial do estado para a produção de café, da espécie conilon.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) referente a primeira safra de 2024, divulgados em janeiro, apontam uma perspectiva de 263,7 mil sacas de café conilon a serem beneficiadas no estado. Um aumento de 1,3% quando comparado com a safra 2023, de 260,3 mil sacas. Na atual temporada, a área destinada é de 11,596 mil hectares.
“Tal aumento decorre da combinação da expansão de 0,8% na área em produção e do aumento do uso de fertilizantes, aliados ao início da produção dos cafezais clonais, resultando em melhores produtividades”, diz o relatório da Conab.
A proposta apresentada foi dividida em duas fases. A primeira consiste na contratação de técnicos para assistência técnica, aquisição de equipamentos como secadoras e caminhões para o escoamento e a produção de mudas. No segundo momento está prevista a aquisição de equipamentos de irrigação.
O presidente da Acafemat, Douglas Santini, explicou aos parlamentares que o projeto conta com a participação das prefeituras dos municípios e da Empaer. Elas foram responsáveis em levantar os recursos e equipamentos necessários, além de apresentar a estimativa da contratação de profissionais para atuar na qualificação dos produtores e acompanhamento das lavouras.
De acordo com o coordenador da FPA-MT, deputado Dilmar Dal Bosco (União), o objetivo é estruturar o setor produtivo de café no estado com qualificação, equipamentos para beneficiamento e transporte para chegar a 500 mil sacas beneficiadas por ano e uma receita de R$ 300 milhões, que deverão movimentar a economia local.
Apesar de não estar previsto no orçamento, Dilmar Dal Bosco explicou que o vice-governador Otaviano Pivetta assegurou recursos para fazer os investimentos necessários.
O diretor de assistência técnica e extensão rural da Empaer, Glieber Beliene, pontuou que a empresa pública teve papel fundamental no desenvolvimento de culturas no estado para produção de commodities e que colocou Mato Grosso na liderança mundial de produção de grãos.
“Agora temos a oportunidade de potencializar a produção de café e agregar valor à agricultura familiar, melhorando a renda dessas famílias e da região onde estão”, afirmou.
A previsão é que sejam produzidos dois hectares por família, atingindo um total de cinco mil hectares em um ano. Com uma média de produtividade de até 100 sacas de café por hectare por ano, a produção anual no estado deverá alcançar 500 mil sacas.
Integram o projeto os municípios de Nova Bandeirantes, Juruena, Cotriguaçu, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Juína, Aripuanã, Colniza, Paranaíta, Castanheira e Carlinda.