PATRULHEIRO AGRO

Propriedades em Nova Mutum podem ter perdas de até 40% na produção de milho nesta safra 

Além das adversidades climáticas, a presença de insetos nas plantações do cereal aumentou a preocupação dos agricultores

Estiagem com altas temperaturas, infestação de insetos, presença de algumas doenças fúngicas e o excesso de chuvas na reta final da safra são alguns desafios enfrentados nos milharais em Nova Mutum. A estimativa no na região médio-norte de Mato Grosso é que as perdas cheguem até 40% da produtividade. Em algumas propriedades, o cenário coloca em risco a rentabilidade da produção diante da desvalorização do grão no mercado.

Conforme o agricultor Renan Favretto em entrevista ao Patrulheiro Agro desta semana, o milho deste ano está com uma quebra que chega a cerca de 20%. Por ter plantado cedo, essa porcentagem não é o que esperava. Os milharais ocuparam uma área de quatro mil hectares este ano na propriedade. 

“Nossa produção saiu com muito milho avariado. Então, além de ter a perda de produtividade tem essa questão do milho e por isso, ele está sendo vendido a 30% abaixo do preço do mercado. Esses primeiros avariados, não consegue nem dar mistura e aí, é vendido como milho podre para confinamento e a diferença de preço é muito grande”, explica Favretto. 

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural MT

Em outra propriedade, na mesma região, o sentimento de frustração é o mesmo. Na lavoura, foram cultivados cerca de 10.430 hectares do cereal. O agricultor Luiz Carlos Dalla Libera, conta que esperavam colher até 20 talhões a mais e estão colhendo menos. 

“O milho quebrou cerca de 40% do que estava plantado, um custo de 100 sacas por hectare. O nosso custo básico está saindo com base no milho, aí tem maquinário, armazenagem, frete… E esse preço que está sendo ofertado frente a esses custos, não pagam as contas, o milho é muito trabalhoso e a conta fica no zero a zero ou, devendo um pouco”, pontua. 

Infestação de insetos tem prejudicado lavouras da região 

A alta infestação de percevejos barriga verde e cigarrinhas durante o ciclo da cultura, e a presença de doenças fúngicas na reta final também prejudicaram o desempenho de muitas lavouras de milho. O cenário com essas adversidades aumenta a frustração em relação a produtividade final da safra em muitas propriedades do município. 

Cledson Guimarães, da Cowboy Consultoria, explica que houve perdas de plantabilidade por ataques dos insetos. 

“Todas essas variáveis contribuem para um resultado que é o que estamos apresentando nesta safra. A condição climática que a gente teve conseguiu juntar todas essas variáveis e está tirando muita produção  de vários produtores”, esclarece. 

De acordo com o Sindicato Rural de Nova Mutum, nesta temporada foram semeados, aproximadamente, 330 mil hectares de milho no município. 

“Falando de município a gente pode até contar em milho que teve problema de qualidade de grão e essas coisas a mais que podem até aumentar desses 15 a 18 sacas pode dar um pouco a mais de média negativa este ano do que o ano passado”, finaliza o presidente do sindicato, Paulo Zen.

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