Verdadeiras “lavouras” de milho tiguera seguem assustando o setor produtivo de Mato Grosso, em especial em regiões como Campo Verde, Primavera do Leste e a Serra da Petrovina. O temor é quanto a uma possível infestação de cigarrinha, uma das principais pragas do cereal.
A alta incidência de plantas tigueras é decorrente a chuva incomum no mês de agosto, que acabou ajudando na germinação do grão. Tais plantas são consideradas uma ponte verde na proliferação da praga, um inseto vetor de patógenos que comprometem o desempenho das plantações do cereal.
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“Se por acaso alguma cigarrinha infectada se alimentar dessa planta tiguera ela acaba sendo uma fonte de inóculo para os molicutes. E, isso faz com que permaneça o problema dos molicutes e a manutenção da população de cigarrinha”, explica a pesquisadora entomologista da Fundação MT, Lucia Vivan.
Temor de ataques mais severos da cigarrinha
Entidades do setor produtivo, como a Associação dos Produtores de Milho (Abramilho), alertam para a necessidade da eliminação das plantas tigueras seja de forma química ou mecânica a fim de evitar ataques mais severos da praga no momento do plantio.
De acordo com o diretor-executivo da Abramilho, Glauber Silveira, a entidade tem solicitado aos produtores de Mato Grosso, bem como de todo o país atenção quanto a presença do milho tiguera.
“Uma das principais formas de diminuir a pressão da praga da cigarrinha é você evitar o milho tiguera. É fundamental que não haja o milho neste período, pois caso contrário a cigarrinha vai se multiplicando e no momento do plantio do cereal automaticamente se terá um problema sério”, diz Silveira.
Aprosoja-MT realiza campanha
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) vem realizando uma campanha para reforçar a destruição das plantas tigueras. Conforme o presidente da entidade, Fernando Cadore, o controle da presença de tais plantas é essencial, principalmente, para se evitar a implantação de um vazio sanitário para a cultura do milho, assim como o que ocorre com a soja visando reduzir a incidência de ferrugem asiática.
“Não deixe que a tiguera perdure na entressafra para não termos que buscar pleitear medidas mais drásticas para a frete, de repente até o vazio sanitário do milho. A gente pede ao produtor que na medida do possível não deixe tigueras vivas, porque é uma praga que vai se voltar contra nós”, adverte Cadore.