Mato Grosso

MT irá produzir quase 70% do etanol de milho do país na safra 2023/24, diz Unem

Projeções apontam para a nova temporada alta de 36,7% na produção nacional do biocombustível; Mato Grosso lidera com 4,16 bilhões de litros

Mato Grosso deverá na safra 2023/24 produzir 4,16 bilhões de litros de etanol de milho. O volume representa um incremento de aproximadamente 28,3% em relação a temporada passada e representa quase 70% da produção brasileira prevista em seis bilhões de litros.

As projeções são da União Nacional do Etanol de Milho (Unem). A temporada 2023/24 se inicia em abril, segundo a entidade. No país o volume projetado significa um aumento de 36,7% na produção em comparação a safra 2022/23, que encerra neste mês de março, ou seja, um incremento de 1,5 bilhões litros na capacidade atual de produção e oferta.

Segundo a Unem, o próximo ano safra de etanol de milho deverá iniciar com 20 plantas autorizadas para produção, duas a mais do que no ciclo 2022/23. As plantas estão localizadas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo.

Mato Grosso segue como principal produtor do biocombustível, aponta a entidade. Em seguida o Mato Grosso do Sul com 1,14 bilhão de litros, 61% a mais do que na safra 2022/2023. A projeção para Goiás é de 656 milhões de litros, incremento de 59%. Já os demais estados deverão produzir 36 milhões de litros de etanol de milho.

Presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, pontua que o crescimento entre as safras 2017/18 e 2023/24 é significativo. Na safra 2017/18 a produção brasileira de etanol de milho foi de 520 milhões de litros.

“Mesmo com todas as adversidades enfrentadas por efeitos como pandemia, redução da atividade econômica, políticas tributárias e processo eleitoral, deveremos fechar a próxima safra com crescimento de 1.053% em relação a 2017. Hoje, em 31 dias de operação, temos capacidade de produzir o que se produziu todo o ano de 2017”.

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Foto: Agência Marca Studio Criativo

Novas plantas auxiliam na expansão

A Unem destaca que o aumento da produção de etanol de milho no Brasil é resultado da incorporação de tecnologia nas unidades já em operação, ampliação de algumas indústrias e inauguração de novas unidades.

Em 2022, frisa a entidade, a Inpasa, grupo com atuação no Paraguai e no Brasil, iniciou a operação da unidade de Dourados (MS) e dobrou a capacidade produtiva no mesmo ano. Já no primeiro semestre de 2023, a empresa anunciou que deverá duplicar a capacidade da planta de Nova Mutum (MT), além de estar construindo uma refinaria na unidade sul-mato-grossense.

Outra empresa que irá ampliar a capacidade de produção, segundo a Unem, é a ALD BIO em Nova Marilândia (MT).

Além disso, o grupo FS Bioenergia iniciará a operação de sua terceira unidade, localizada em Primavera do Leste (MT) no início da safra 23/24, e em fevereiro uma unidade flex passou a operar em Quirinópolis (GO), destaca a entidade.

A Neomille, do Grupo Cerradinho Bio, deverá iniciar a produção de etanol de milho em Maracaju (MS) até meados da safra 23/24, completando o quadro com 21 indústrias autorizadas a produção, entre unidades flex (que produz a partir de cana-de-açúcar e de milho) e unidade de dedicação exclusiva a processar o etanol a base de cereal.

Foto: Unem/divulgação

Etanol de milho representa 19% do consumo do biocombustível

A produção brasileira de etanol de milho na safra 2023/24, comenta a Unem, deverá representar 19% do total de etanol consumido no país. Na safra 2022/23 a participação foi de 13,7%. Na safra atual, o etanol de cana-de-açúcar deverá produzir 27 bilhões de litros.

O setor de etanol de milho deverá agregar valor no processamento de 14 milhões de toneladas de milho para este próximo ano safra, o que representa 11% da produção nacional do cereal segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é de 125,8 milhões de toneladas na safra 2022/2023.

“Com capacidade de armazenamento do milho, as indústrias produzem ao longo de todo o ano. Dos 365 dias, as unidades fazem uma parada técnica de 10 a 15 dias apenas. Com isso, cada unidade produz grandes volumes e há uma oferta linear de combustível no mercado, atenuando a sazonalidade de produção do etanol de cana-de-açúcar, garantindo o abastecimento e diminuindo as grandes oscilações de preços”, explica Guilherme Nolasco.

 

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