EM AGOSTO

Frete do milho: tendência de desaceleração segue mesmo com alta na exportação

Término da colheita em Mato Grosso e cenário adverso para as commodities explicam a retração na movimentação logística vigente, pontua a Conab

BR-163 Mato Grosso frete
BR-163 em Mato Grosso. Foto: Viviane Petroli/Canal Rural Mato Grosso

Mato Grosso enviou para o mercado externo 4,10 milhões de toneladas de milho em agosto. O volume supera as 2,87 milhões de toneladas embarcadas em julho. Mesmo com essa alta nos embarques, os preços praticados no mercado de frete nas rotas que têm origem no estado seguiram o comportamento de desaceleração ou queda.

A Coreia do Sul foi o principal destino em agosto do cereal produzido pelo estado. Para a terra do kimchi e do soju foram enviadas 690,3 mil toneladas de milho, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A Arábia Saudita foi o segundo destino com 410,6 mil toneladas, seguido do Egito com 383,4 mil toneladas.

Entre janeiro e agosto 12,62 milhões de toneladas de milho saíram de Mato Grosso com destino ao exterior. Deste volume, 1,83 milhão de toneladas foram para o Egito, 1,19 milhão para a Argélia, 1,05 milhão para o Vietnã, 1,02 milhão para a China e para a Coreia do Sul, quinto maior importador do ano, 1,01 milhão de toneladas.

De acordo com o Boletim Logístico da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), divulgado no dia 23 de setembro, o mercado de fretes rodoviários no estado seguiu em agosto a mesma tendência observada em julho, desaceleração e queda nos preços nas rotas que têm o Mato Grosso como origem.

O boletim aponta que “via de regra, a conjuntura neste momento é de incertezas e de poucos embarques. O término da colheita do milho, além do cenário mercadológico adverso para as commodities milho e soja, que seguem com preços relativamente baixos e com comercialização lenta, explicam a retração na movimentação logística, vigente neste momento”.

Em agosto, o frete de Sorriso com destino ao porto de Santos (SP), aponta o boletim da Conab, foi de R$ 450 a tonelada, 4% a menos dos R$ 470 observados em julho. Já de Sorriso ao porto de Paranaguá o recuo foi de 7% na variação mensal, de R$ 450 a tonelada para R$ 420.

Ao se comparar com o mês em 2023, as retrações para os mesmos trechos, partindo de Sorriso, maior produtor de soja e milho do estado, são de 8% e 14%, respectivamente.

“É importante destacar que a safra de milho colhida em Mato Grosso é de grande magnitude e há indícios de que o mercado possa virar com o avanço da entressafra, acarretando alta nos preços do milho, desencadeamento de negócios e, consequentemente, aquecimento logístico, porém isso ainda não ocorre em âmbito estadual”.

Frete para Alto Araguaia e Rondonópolis

Fretes com destino para Rondonópolis e Alto Araguaia, municípios com sistema ferroviário, mantiveram-se relativamente no mesmo patamar, não observando a queda mais acentuada que tem ocorrido para os demais trajetos no comparativo de agosto com julho, segundo a Conab.

O frete com origem em Sorriso para Alto Araguaia se manteve em R$ 190 a tonelada, assim como Primavera do Leste para Alto Araguaia em R$ 120 a tonelada.

“O motivo é que existe muita demanda e movimentação rodoviária para abastecimento dos transbordos ferroviários, diante do quadro de deterioração das condições de navegabilidade fluvial para os portos do Arco Norte”, explica o Boletim Logístico da Conab.


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