PATRULHEIRO AGRO

El Niño também castiga milho segunda safra em MT

Na região médio-norte há relatos de perda de até 50% da área de milho por causa da estiagem prolongada nesta safra 2023/24

O clima adverso que prejudicou as lavouras de soja na primeira safra em Mato Grosso também está comprometendo plantações de milho segunda safra. Na região médio-norte do estado, até mesmo quem plantou o cereal dentro de uma janela favorável já contabiliza o impacto da falta de chuvas no milharal. Por lá, tem agricultor com perda de até 50% da área por causa da estiagem prolongada.

Em Nova Mutum, a propriedade em que o gerente de produção Marcos de Paula Nascimento trabalha não chove há mais de 20 dias. Ele conta, ao Patrulheiro Agro desta semana, que o milho que está na lavoura está sofrendo e secando com a falta de água.

“Quase todas as plantas. É difícil ver uma planta que não começou a seca já. Estamos com 60 milímetros aqui no máximo até agora. Para o milho é muito pouca chuva, só tem previsão de chuva. A gente fica na expectativa, sonhando e ela não vem”.

Questionado sobre perdas, o gerente de produção revela que “é uma faixa de uns 50% da área total”. Ele revela, inclusive, que o seguro da lavoura de milho, feito através de contratação particular, já foi acionado e agora aguardam a vistoria.

“Já foi acionado o seguro. Infelizmente está bem crítico. Os vizinhos estão todos sofrendo com falta de água”.

De acordo com Marcos de Paula Nascimento, a propriedade fechou a soja com uma média de 25 sacas por hectare. Ao Canal Rural Mato Grosso, ele diz que o “milho também está se encaminhando para o mesmo problema da soja com a falta de água”.

Milho dentro da janela ideal

Em Nova Mutum, comenta o presidente do Sindicato Rural, Paulo Zen, pouca área destinada ao milho ficou para ser plantada após o fim da janela ideal. No município foram cultivados pouco mais de 330 mil hectares com o cereal.

“Isso é mais preocupante ainda. Onde não choveu na soja, aparentemente não está chovendo no milho. E tudo indica que vai acabar a chuva antes também no milho. Está enrolando folha, principalmente nas áreas mais arenosas, mais elevadas, está sentindo bem”.

Conforme ele, o adubo jogado à pouco tempo na lavoura pelos produtores “nem está sendo aproveitado, ainda mais na questão de estar no fator produtivo. Chuva a menos com certeza é umas sacas a menos”.

Cenário é considerado “desolador”

A situação vista nas lavouras de milho em Lucas do Rio Verde não é diferente. Os impactos dos mais de 20 dias sem chuvas em algumas propriedades é visível.

A frustração da safra 2023/24 na propriedade do agricultor Tiago Ceolin começou na soja e se estendeu até a segunda safra de milho.

“Começou na soja a frustração no pós-plantio. Choveu umas chuvas consideradas, a soja começou a vir bonita e depois, perto da floração em diante, cortou. Perdas de 40%, 50%”, conta Tiago ao Canal Rural Mato Grosso.

Ainda conforme ele, a expectativa de recuperar o prejuízo da oleaginosa com o cereal foi por água abaixo. Na propriedade foram cultivados 780 hectares de milho.

“Entramos no plantio do milho, estava correndo tudo bem até o momento. Agora nos deparamos com a falta de chuva. [Fizemos] Investimento de 85 sacas por hectare para colher em torno de 150, 160 sacas. E já deu uma quebra, que vamos falar por baixo hoje, em torno de 50% já até para mais”.

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro


Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.