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Atraso na soja compromete safra de milho, alerta Aprosoja Mato Grosso

Plantio da soja no estado chegou a 25% na última semana, atraso de 34,92 p.p. ante a safra passada, segundo dados do Imea

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

O atraso na semeadura da soja, em decorrência da demora das chuvas, pode comprometer a segunda safra de milho. O alerta é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso) diante dos percentuais de áreas observados já com as sementes em relação à média histórica e, principalmente, a safra 2023/24.

Até o dia 18 de outubro, como já destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, o estado havia semeado 25,08% dos 12,661 milhões de hectares previstos para a safra 2024/25. O avanço na variação semanal foi de 16,27 pontos percentuais, porém não suficiente para diminuir o atraso, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Para se ter uma ideia, mesmo com os efeitos do fenômeno El Niño, a safra 2023/24 no mesmo período analisado contava com 60% da soja plantada. Ao se olhar para a média histórica dos últimos cinco anos, a mesma é de 44,4%.

“Estamos aí com as chuvas chegando agora no estado de Mato Grosso. Ainda não está 100% regular, mas temos que considerar que tivemos um atraso bem expressivo esse ano no plantio da soja, o que pode comprometer a próxima safra do milho”, pontua o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber.

O presidente da Associação frisa, ainda, que ao contrário do que foi visto com o El Niño em termos de atraso de chuva, alta temperatura e baixos volumes pluviométricos, “esse ano a tendência é a normalidade, de um La Niña fraco, o que pode fazer com que as temperaturas sigam na normalidade”.

“Se compararmos com o cenário do ano passado, dessas temperaturas altas, nós temos que considerar que foi ruim para a soja. Muitos produtores tiveram perdas expressivas, alguns até de 80% na média geral da propriedade”.

Contudo, Lucas Beber ressalta que apesar dos problemas com a soja na safra 2023/24, o adiantamento do ciclo da soja, diante das altas temperaturas, acabou proporcionando a adequação da janela do milho, além das chuvas que vieram durante a safra do cereal além do esperado.

“Ou seja, surpreendeu. Não era para ter ocorrido, mas ocorreu e acabou salvando a janela de milho e as perdas da produtividade não foram tão grandes como era temido. Porém, esse ano o cenário é pior. Com essas temperaturas normais a soja deve correr também no seu ciclo normal. O que fica pior com esse atraso, porque a janela de milho está comprometida”, alerta o presidente da Aprosoja Mato Grosso.

Lucas Beber explica que com o andar do ciclo da soja dentro da sua normalidade, grande parte do milho deverá ser semeado em “janela de risco e uma parte expressiva fora da janela, ou seja, um cenário pior ainda que o ano passado e se considerar a média dos últimos anos o pior cenário para o milho”.

“O que eu quero dizer com isso é que mesmo havendo regularidade das chuvas de agora para a frente, o milho pode ter perdas de produtividade aqui no estado de Mato Grosso. E, também, não quero fazer alarde, mas, um ou outro produtor já fala em diminuição de área. É claro que ainda o plantio da soja não está concluído, mas temos que ver nos próximos dias como que isso vai se comportar. Até o final do plantio da soja dá para ter números mais precisos em relação a isso”, completa.


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