Mato Grosso conta hoje com aproximadamente 170 mil hectares de áreas agricultáveis irrigadas e um potencial a curto e médio prazo para chegar a 3,9 milhões de hectares. Um estudo e monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, que vem sendo realizados por diversas entidades no estado, ganhou na última semana apoio do governo estadual.
O levantamento é realizado pela Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), com parcerias na área científica e de pesquisa no Brasil com a Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) e nos Estados Unidos com a Universidade do Nebraska.
“Esperamos que os estudos das águas superficiais e principalmente das águas subterrâneas sejam levantadas praticamente em todo o estado. Nós inclusive já temos um trabalho iniciado e vamos continuar nas demais regiões”, afirma o presidente da Aprofir, Otávio Palmeira.
Na avaliação do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, estudos como o que vem sendo realizado são importantes para proporcionar uma maior celeridade aos processos burocráticos presentes na agricultura irrigada.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Marcos da Rosa, frisa que a terceira fase da produção é a irrigação. Segundo ele, para ter tal garantia é necessário estabelecer parâmetros de segurança para as outorgas e, da mesma forma, parâmetros para que elas sejam liberadas com maior rapidez.
Passo importante para a pesquisa
Para o professor titular da UFV-MG Aziz Galvão da Silva Junior, o apoio do governo estadual é muito importante para a pesquisa do potencial hídrico de todo Mato Grosso.
“Com o apoio do governador a uma iniciativa que partiu dos produtores e que agora envolverá três secretarias de estado relacionados a uma atividade extremamente importante para o agronegócio brasileiro e da agricultura irrigada”, disse.
Presente no encontro, o professor doutor Christopher Neale, da Universidade do Nebraska (EUA) afirma que tanto o governador Mauro Mendes quanto a sua equipe “entendem que é preciso fazer estudos hidrológicos, tanto das águas superficiais, como das subterrâneas, para podermos estimar e dar outorga de água, para dar impulso da irrigação no estado. Então isso é muito importante, fazer essas outorgas e estudar as áreas que podem ser desenvolvidas com base em estudos hidrológicos e cientificamente corretos”.
Potencial de expansão
Mato Grosso é considerado o estado com maior potencial de expansão da agricultura irrigada. O estudo que vem sendo realizado pela Aprofir é considerado importante para nortear a extensão de maneira correta, sustentável, bem como também para reduzir impedimentos de liberação de outorga.
Estudo desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) de Piracicaba (SP), juntamente com a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), aponta um potencial brasileiro de 55 milhões de hectares de áreas irrigáveis novas em cima de sequeiro e pastagem já existente. De tal extensão, 13,69 milhões de hectares estão em condições consideradas ótimas de curto e médio prazo.
Mato Grosso detém 20% desse potencial total e cerca de 30% do potencial efetivo. Atualmente, o estado possui cerca de 170 mil hectares irrigáveis, podendo chegar a 3,9 milhões de hectares em curto e médio prazo.