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Incêndio em área rural tira vida de caminhoneiro 

Produtores rurais de Mato Grosso tem se unido para combater o fogo que destrói tudo o que encontra pelo caminho

Diariamente, o fogo tem invadido as propriedades rurais em Mato Grosso. A fumaça toma conta do céu e destrói tudo o que encontra pelo caminho. O motorista de caminhão, José Raimundo, teve queimaduras de 3º grau em 70% do corpo, ele chegou a ser socorrido com vida mas não resistiu aos ferimentos. 

A situação também é grave entre Santa Rita do Trivelato e Planalto da Serra, ao médio-norte do estado, no trecho da MT-140. Um incêndio de alta proporção consumiu a cobertura de palhada de, aproximadamente, 15 propriedades rurais. 

Duas carretas que trafegavam pela estrada, também foram destruídas, completamente, pelas chamas. Jorge Luiz Guimarães, é motorista de caminhão e afirma ao Canal Rural Mato Grosso nunca ter visto algo nessas proporções. 

“Começou a ventar, ventar e esquentou muito lá dentro. Quando eu estava terminando o percurso crítico, deu só tempo de abrir a porta e correr. O prejuízo disso é de R$ 1 milhão e mais a carga que é uns R$ 40, R$ 50 mil. É um novo nascimento, graças a Deus… Foi um livramento”, conta. 

O prefeito de Santa Rita do Trivelato, Egon Hoepers, explica que estão lutando com o fogo há mais de 15 dias na região. Ao todo, existem mais de cem máquinas – entre pulverizadores, caminhões tratores – em atividade. Para ajudar no combate, ele comprou dois caminhões pipas. 

“Na fazenda da nossa família, são mais de 14 mil hectares queimados. De áreas produtivas cerca de 300 a 400… Está queimando mato e a gente não consegue controlar isso. Eu acho que tem uns dois, três mil hectares comprometidos já. Todos os produtores, com tratores, com caminhões pipas estão ajudando nessa operação de guerra. Isso é para ver o quanto o produtor é unido para combater esse tipo de fogo”, frisa o agricultor Carlos Garcia. 

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

Conforme o consultor agronômico, Taimon Semler, o solo cultivado nesse sistema de plantio direto tem um acúmulo de matéria-prima em superfície que demora cerca de trinta anos para chegar no ponto que está hoje. Com os incêndios, isso pode agredir o solo e trazer prejuízos de até 15 sacos. 

“O solo arenoso é mais penalizado, devido essa queima, o solo argiloso tem um poder de tampão maior, mas todos eles são penalizados, e isso é uma construção a longo prazo. O produtor vai ter que fazer uma readequação de estratégia muito, provavelmente, ter uma palhada mínima inicial dessa área ou ter mais estabilidade de mais tempo de chuva para conseguir iniciar o plantio”, finaliza. 


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