EM MATO GROSSO

Novas cultivares e irrigação podem ajudar a reduzir preço do arroz ao consumidor

Elevação do arroz nas gôndolas dos supermercados é creditada pela diminuição de áreas de plantio em Mato Grosso e queda na produção na Índia

Arroz
Foto: Freepik

O plantio de novas cultivares de arroz, bem como o uso de pivô de irrigação, em Mato Grosso podem auxiliar os consumidores a pagar menos nos supermercados. Hoje, um pacote de cinco quilos do cereal custa em média R$ 35 nas gôndolas.

Nos últimos anos, conforme o Sindicado Estadual das Indústrias de Arroz de Mato Grosso (Sindarroz-MT), houve significativa redução na produção do cereal no estado, tendo s indústrias do setor que beneficiar o cereal produzido no Rio Grande do Sul e até mesmo o produto importado do Paraguai.

Além disso, houve recuo também na produção na Índia. O país é responsável por mais de 40% das exportações mundiais de arroz e chegou a suspender a venda internacional do produto no final do ano passado.

“O arroz, geralmente, é plantando após a abertura de novas áreas. Como temos registrado pouca expansão neste sentido, nos últimos anos houve considerável redução de produção, o que contribuiu no aumento de preços”, afirma o presidente do Sindarroz-MT, Rodrigo Mendonça.

Novas cultivares para o cerrado

O arroz é considerado uma ótima cultura para a prática de rotação. De acordo com o Sindarroz, produtores e as indústrias do setor, em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), têm desenvolvido variedades de arroz que se adaptam melhor ao solo do cerrado, proporcionam melhores resultados na rotação de cultura e em áreas de irrigação.

“Já temos variedades adaptáveis a terras mais velhas, já de muitos anos abertas, e o arroz é a principal cultura para fazer rotação e deixar o solo mais fértil e mais produtivo para o próximo ano de soja”, pontua Lázaro Modesto, diretor do Sindicato.

O pivô central de irrigação, salienta a entidade, é outra alternativa que pode auxiliar no aumento da produção mato-grossense de arroz.

Em Primavera do Leste, por exemplo, 25% da área plantada de arroz utiliza irrigação. A prática também tem ganhado espaço nas regiões de Campo Verde, Sorriso, Sapezal, Nova Mutum e Sinop.

“A indústria espera que com as novas cultivares para a rotação de cultura, o estado de Mato Grosso volte a ser autossuficiente além de exportador para outros estados” pontua o presidente do Sindarroz.

Queda de preço em abril

Uma possível queda nos preços do arroz nos supermercados por volta do mês de abril é prevista. Tal diminuição é estimada diante da proximidade da safra nacional e em países do Mercosul. A estimativa atual é de colher 400 mil toneladas em Mato Grosso.

O estado sempre teve grande produção do cereal, e deixou de ser autossuficiente somente nos anos de 2016, 2020 e 2023, quando foi preciso recorrer à compra externa. Porém, segundo o Sindarroz, o arroz mato-grossense se destaca por sua alta qualidade.

“Nosso produto é extremamente superior em relação aos dos países que importamos: tem alta qualidade de cocção (cozimento) e muita soltabilidade na panela. O arroz de sequeiro, produzido em Mato Grosso, é de uma qualidade excepcional”, finaliza Lázaro Modesto.


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