FIBRA PELO MUNDO

Relatório do USDA e ritmo de plantio nos EUA ditam semana do algodão

Na bolsa de Nova York os contratos para julho e dezembro de 2024 encerraram a semana com queda de 3% e 1,7%, respectivamente

De acordo com a Abapa, a Bahia produziu, aproximadamente, 615 mil toneladas de algodão beneficiado (pluma) e 1.968 kg/ha na safra 2022/2023
Foto: Jefferson Aleffe/Marca Comunicação

As cotações do algodão encerraram a semana em saldo negativo, sendo consideradas as mais baixas desde outubro de 2022. O relatório baixista do USDA e o bom ritmo do plantio nos Estados Unidos estão entre as causas.

As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (17).

Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:

Algodão em NY – O contrato Jul/24 fechou nesta quinta 16/05 cotado a 76,24 U$c/lp (-3,0% na semana). O contrato Dez/24 fechou 75,19 U$c/lp (-1,7% na semana) e o Dez/25 a 74,71 U$c/lp (-0,5% na semana).

Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 796 pts para embarque em Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 16/05/24).

Altistas 1 – Analistas acreditam que o mercado está supervendido e não há prêmio climático na nova safra.

Altistas 2 – As cotações do petróleo subiram, impulsionados por inflação mais lenta do que o esperado e pela estabilização do mercado de trabalho dos EUA. Preços mais elevados do petróleo tornam o poliéster (substituto do algodão) mais caro.

Baixistas 1 – O relatório de oferta e demanda do USDA de 10/05 trouxe estoques absolutos maiores para EUA e mundo. Mas mundialmente a relação estoque/uso manteve-se em 71%, enquanto nos EUA subiu de 17% para 25%.

Baixistas 2 – O bom andamento do plantio de algodão nos EUA está contribuindo para o sentimento de baixa, com o último relatório indicando que 33% da safra foi plantada, superando a média de cinco anos de 31%.

Plantio 1 – A safra avança em estados norte-americanos como Califórnia e Arizona, mas regiões do Texas e o Sudeste enfrentam tempestades, inundações e solo seco – o que pode gerar atraso no plantio.

Plantio 2 – Na Índia, cerca de 30% da área irrigada no norte já foi semeada, um pouco atrasada em relação à média habitual. No Paquistão, a previsão é de área menor na região de Punjab (que responde por 70% da produção).

Oferta e Demanda – O último relatório de Oferta e Demanda do USDA previu a produção mundial de algodão em 25,92 milhões tons na safra 2024/25. O consumo foi projetado em 25,43 milhões tons e a exportação em 9,79 milhões tons.

EUA 1 – Os números mais recentes do USDA indicam que os EUA produzirão 3,48 milhões tons de algodão em 2024/25 e consumirão 413,6 mil tons. A exportação foi prevista em 2,83 milhões tons.

EUA 2 – O governo dos EUA listou 22 novas entidades comerciais chinesas proibidas de exportar algodão para o país. Mesmo localizadas fora de Xinjiang, foram enquadradas na Lei de Prevenção do Trabalho Forçado em Uigur.

China 1 – 46% das fiações chinesas operaram com 90% de sua capacidade ou mais em abr/24, conforme o Beijing Cotton Outlook (BCO). A pesquisa indicou também que 56% observaram redução no consumo de algodão.

China 2 – Dados atualizados do BCO indicam que em 2024/25 a área de algodão será de cerca de 2,65 milhões hectares, com produção reduzida para 5,82 milhões tons. A importação foi projetada em 1,9 milhão tons.

Austrália 1 – Com a previsão de clima seco nos próximos dias, os produtores australianos esperam reiniciar a colheita que havia parado com as chuvas. Há sinais indicando retorno do fenômeno La Niña ainda neste ano.

Austrália 2 – De acordo com a Australian Cotton Shippers Association (ACSA), cerca de 35% da área já foi colhida e em torno de 10% beneficiada. A estimativa é de produção de cerca de 1,1 milhão de toneladas na safra 2024.

Vietnã 1 – Em abril, os vietnamitas importaram 132.859 tons – volume superior a mar/24 e a abr/23. Os EUA forneceram 40%, o Brasil 30% e a Austrália 9% desse total.

Vietnã 2 – Já no acumulado de ago/23 a abr/24, a importação soma 1,08 milhão tons, marca 7% maior que o mesmo período de 2022/23. Nesses nove meses, a Austrália respondeu por cerca de 35% do total.

Missão Egito-Turquia 1 – Reconhecido pela qualidade de sua pluma, o Egito pode contar com o Brasil para suprir sua indústria têxtil. Essa foi a mensagem central levada pela Abrapa ao país durante a Missão Egito-Turquia.

Missão Egito-Turquia 2 – O intercâmbio termina neste final de semana e começou pelo Egito, que passou a importar a pluma brasileira em jan/23. O seminário Cotton Brazil Outlook no Cairo reuniu mais de 60 empresários e investidores.

Missão Egito-Turquia 3 – Além disso, a comitiva de 12 brasileiros reuniu-se com organizações públicas e privadas do setor e visitou a primeira fiação a importar algodão do Brasil. O comércio com o Egito começou em jan/23.

Missão Egito-Turquia 4 – Já a Turquia, quarto maior importador de algodão brasileiro, recebeu uma edição do Cotton Brazil Outlook na cidade de Antalya. A missão foi realizada pelo Cotton Brazil, parceria entre Abrapa, Anea e Apex-Brasil.

Brasil – Safra Brasil – A Conab atualizou a estimativa para a safra 2023/2024 de algodão nesta semana. Agora, a projeção é uma safra de 3,6 milhões de toneladas – volume recorde no País e 1,2% superior à estimativa publicada em abr/24.

Brasil – Exportações – O Brasil exportou 101,7 mil tons de algodão até a 2ª semana de mai/24. A média diária de embarque é 5,3 vezes maior em comparação com mai/23.

Brasil – Colheita 2023/24 – Até ontem (16/05), foram colhidos no estado do PR 70% e em SP 38%. Estima-se que os demais estados iniciem a colheita em meados de Junho. Total Brasil: 0,28%.

Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

Foto: Abrapa

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