14º CBA

‘O algodão se compara ao trigo’, afirmam especialistas sobre a importância da cultura

Líder em exportação, o Brasil viu em 25 anos a cultura do algodão se reinventar diante a pesquisa e trabalho do setor produtivo

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Foto: Viviane Petroli/Canal Rural Mato Grosso

Na safra 2023/2024 o Brasil possui a perspectiva de produzir cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma de algodão. Mato Grosso deverá ser responsável por 2,6 milhões de toneladas desta produção. Os números são resultados, segundo especialistas, de muito trabalho e pesquisas desenvolvidas nos últimos 25 anos, após o país ver a cultura ser dizimada pelo bicudo do algodoeiro.

Líder mundial em exportação, título conquistado em maio deste ano, o Brasil é “pioneiro em rastreabilidade do algodão da semente ao guarda-roupa”, conforme destacado pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, durante a abertura do 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorre nesta semana em Fortaleza (CE).

“Graças as pesquisas, eventos como este geram produtividade. Hoje nossa produtividade é três vezes maior e com responsabilidade ambiental. Hoje vendemos algodão até para o Egito, que tem o melhor algodão do mundo”, disse Alexandre Schenkel.

Cultura mais antiga

O algodão, de acordo com o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, é algo “impressionante”, pois é uma das culturas mais antigas do mundo.

“Ela se compara ao trigo, que dá o pão. E no Brasil quando houve a escassez do ouro se começou a produzir o algodão, que se tornou o Ouro Branco do país. No ano de 2000 iniciamos uma nova era, após o bicudo do algodoeiro dizimar a cultura”.

Para o presidente da ApexBrasil, o algodão ainda precisa ser muito pesquisado e divulgado.

“A competência dos produtores, de quem trabalha com o algodão é imprescindível. Agora vamos trabalhar a Europa e mostrar o quanto somos sustentáveis e nosso algodão é de qualidade”, salientou Jorge Viana.

Termo de reconhecimento do Selo ABR

Durante a abertura do Congresso Brasileiro do Algodão, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, assinou o certificado de Termo de Reconhecimento do Selo ABR, publicado, inclusive, no Diário Oficial da União desta terça-feira (3).

O ministro lembrou na ocasião os trabalhos desenvolvidos pelo governo federal para a abertura de novos mercados, dentre os quais “o Egito que era um sonho do algodão brasileiro conquistar”.

Ainda referente ao termo assinado, Carlos Fávaro anunciou que “o certificado de reconhecimento do Selo ABR assinado hoje gera 0,5% de desconto nas taxas de juros no Plano Safra aos produtores que o possuem”.

Desafios e concorrência além do algodão

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Pedro Lupion, lembrou que em 2025 o Brasil receberá a COP e que o evento é uma oportunidade para usar o algodão de case e mostrar ao mundo a capacidade do país em ser o maior produtor de alimentos e com uma responsabilidade ambiental, que é exemplo para outros países.

Além de mostrar que pode ser líder na produção de alimentos e com sustentabilidade, o Brasil possui outros desafios, principalmente, quando o assunto é a fibra.

“O congresso nos mostra que não podemos seguir os outros e que temos um cenário desafiador com guerras e mercado com risco de recessão. Não são apenas os outros produtores de algodão do mundo os nossos concorrentes, mas o mercado de combustíveis fósseis e celulose também”, pontuou Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, moderador do painel “O algodão brasileiro em foco: perspectivas do mercado internacional”.

Segundo ele, a indústria têxtil segue em franco crescimento, mas que o algodão precisa avançar. Reduzir custos e desenvolver mais pesquisas.

*A reportagem do Canal Rural Mato Grosso viajou para o Congresso Brasileiro do Algodão à convite da Basf.


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