FORTE PRESSÃO

Bicudo-do-algodoeiro preocupa cotonicultores de Mato Grosso

Inseto é um dos principais desafios da cultura do algodão e chega a acometer até 90% das lavouras

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

A forte incidência do bicudo-do-algodoeiro em Mato Grosso, assim como na Bahia, maiores estados produtores de algodão do país, vem preocupando produtores e especialistas. O inseto é uma das principais pragas da cultura e chega a acometer até 90% das lavouras.

Em Mato Grosso foram semeados 1,405 milhão de hectares com algodão na safra 2023/24, um crescimento de 16,84% em comparação ao ciclo passado. O aumento da área está ligado a um conjunto de fatores, principalmente, pela menor rentabilidade da cultura do milho, segundo informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Apesar das projeções otimistas, a atual temporada do algodão é considerada uma das mais desafiadoras devido às condições climáticas, com pouca chuva durante o plantio no estado e excesso, em alguns municípios, desde fevereiro, além da presença do bicudo-do-algodoeiro.

A proliferação do bicudo-do-algodoeiro nesta safra, explica o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Roberto Rodrigues, foi ocasionada devido às populações tardias da safra anterior que se associaram a novas colônias, bem como condições climáticas adversas, que dificultaram o controle dessa praga.

“Outros fatores agravantes estão atrelados ao aumento na área de cultivo de algodão no Brasil nesta safra e a sua alta capacidade de reprodução. Como resultado, todas as lavouras estão sendo impactadas pela evolução crescente do Bicudo-do-algodoeiro – inseto que ataca todo o ciclo reprodutivo da cultura, podendo comprometer a produção da lavoura quase que por completo se não tiver um manejo correto e eficiente”, ressalta Rodrigues.

Cuidados são necessários

O algodão é uma das principais commodities produzidas no Brasil, principalmente no Centro-Oeste, liderado por Mato Grosso (67% da produção) e oeste da Bahia (22% da produção), porém está presente em mais 16 estados brasileiros. No entanto, o manejo de pragas ainda é uma das principais preocupações do cotonicultor brasileiro e importante entrave na escalada rumo a uma maior produtividade.

Para se ter uma ideia, para combater alvos como o bicudo-do-algodoeiro e o complexo de lagartas, pulgões e ácaros, os produtores fazem uma média de 26 aplicações de inseticidas durante o ciclo da cultura. Em seguida, vem o investimento em fungicidas, adotado por 100% dos agricultores, com uma média de oito aplicações por ciclo.

Rodrigues lembra ainda que “as perdas causadas pelo ataque de pragas e doenças afetam não apenas os cotonicultores, mas também as pessoas que usam produtos à base de algodão. A falta de matéria-prima pode elevar o preço de uma infinidade de produtos, principalmente as roupas”.

Para contribuir com o cotonicultor no controle dessa praga, a IHARA conta em seu portfólio com diversas tecnologias. Entre elas, o Chaser EW – solução inédita com ação inseticida e fungicida em um único produto – que emerge como uma estratégia para otimizar o manejo de pragas e doenças na lavoura ao possuir amplo espectro no controle de diversos alvos como bicudo-do-algodoeiro, ácaro rajado, ramulária e pulgão. Outro ponto forte dessa tecnologia é a ação anti-feeding, que paralisa a alimentação das pragas de forma imediata. O risco de resistência também é reduzido.

“O Chaser EW possibilita que o cotonicultor simplifique o manejo, utilizando um único produto que une ação inseticida e fungicida para combater múltiplos alvos com muito menos aplicações, contribuindo assim para o aumento da produção e melhorando a qualidade da fibra do algodão”, explica o gerente de Marketing Regional da IHARA.

Em ensaios realizados pelo Instituto Mato Grosso do Algodão (ImaMT), em lavouras da região, o Chaser EW apresentou alta eficácia no controle do bicudo-do-algodoeiro e no combate a ramulária.

Outros ensaios foram conduzidos pela equipe de pesquisadores da IHARA em lavouras de Mato Grosso, Bahia e São Paulo, onde foram constatados resultados significativos no controle de outros alvos: ácaro rajado (81% de eficácia) e pulgão (93%), por exemplo. Na região de Rio Verde (GO), a tecnologia apresentou 70% na performance de combate ao ácaro rajado.


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