Depois de subir acima de US$ 80c/lp na última semana, as cotações do algodão na bolsa de Nova York voltaram a apresentar queda. Os contratos para julho encerram a semana com recuo de 4,8% e para dezembro de 2,4%.
As chuvas em grande parte da região do cinturão do algodão nos Estados Unidos, explica a Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa), colocaram pressão no mercado, ratificando assim o bom começo de safra, que já conta com 60% da área semeada.
As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (31).
Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:
Algodão em NY – O contrato Jul/24 fechou nesta quinta 30/05 cotado a 77,76 U$c/lp (-4,8% na semana). O contrato Dez/24 fechou 76,51 U$c/lp (-2,4% na semana) e o Dez/25 a 75,79 U$c/lp (+0,2% na semana).
Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 690 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 30/mai/24).
Altistas 1 – A previsão é de que a economia chinesa cresça 5,0%, conforme divulgou o Fundo Monetário Internacional (FMI) esta semana.
Altistas 2 – O número está dentro da meta do Partido Comunista e acima dos 4,6% previstos anteriormente pelo FMI.
Altistas 3 – No Paquistão e na Índia, ondas de calor severo com temperaturas acima de 50ºC afetaram as áreas de algodão esta semana, atrasando o plantio.
Baixistas 1 – Vivemos ainda um período de demanda fraca influenciada por fatores geopolíticos e macroeconômicos negativos. A inflação e as taxas de juros permanecem em um nível muito alto no mundo.
Baixistas 2 – Os preços do fio de algodão estão estagnados e a lucratividade das fiações tem sido ruim.
Baixistas 3 – Chuvas em grande parte da região do cinturão do algodão norte-americano colocaram pressão no mercado, ratificando o bom começo de safra por lá, que tem 60% da área já plantada.
China Cotton Summit 1 – Comitiva brasileira na China participou esta semana do 2024 China Cotton Industry Development Summit, congresso anual da CCA que ocorre este ano na cidade de Xi’an, com 800 participantes. Abaixo um resumo dos principais pontos relativos a mercado:
China Cotton Summit 2 – Forte presença do Estado em políticas públicas de impacto atestam que a China seguem empenhada e focada em desenvolver sua cadeia de algodão/têxtil no longo prazo.
China Cotton Summit 3 – Palestrantes de mercado apontaram a pequena safra norte-americana (menor em 37 anos) e o grande volume importado pela China (maior dos últimos dez anos) como os grandes eventos fundamentalistas altistas do ciclo 2023/24.
China Cotton Summit 4 – As questões em aberto para o período 24/25, que começa em agosto são: 1) qual será a demanda global? Será que o número de 25,4 milhões tons (+3% que 23/24) irá se realizar? 2) quanto a China vai importar em 24/25? e 3) qual será o tamanho da safra americana?
China Cotton Summit 5 – O maior impacto nos preços da bolsa de NY é causados pela oferta e demanda dos EUA. Lá, o clima vai ajudando e o aumento de 33% para 3,5 milhões tons e até mais parece factível. Mas as previsões climáticas para a safra são de mais furacões e menos chuva.
China Cotton Summit 6 – Mais volatilidade à vista: com o cenário da safra americana em aberto, um dos palestrantes afirmou que se a safra cair para 2,8 milhões tons, o preço pode chegar a 0,95 U$c/lp mas se for a 3,7 milhões tons podemos ter algodão de 0,65 U$c/lp na bolsa de NY.
China Cotton Summit 7 – A safra do hemisfério sul está praticamente definida, com o Brasil e Austrália novamente colhendo grandes volumes. A previsão é que o Brasil ultrapasse os EUA nas exportações em 24/25, mas isso por outro lado pode aumentar os estoques nos EUA e derrubar preços.
China Cotton Summit 8 – Além disso, com esse cenário em que Brasil e Austrália exportam 1 milhão tons a mais que os EUA, a gestão de risco de mercado ficará mais complexa, com mais pressão e volatilidade nos “basis” desses países.
China Cotton Summit 9 – Em termos de cenário futuro, incertezas tanto em termos de oferta (devido a eventos climáticos extremos) e demanda (novas legislações e competição com sintéticos).
China Cotton Summit 10 – Entre os maiores países exportadores, EUA, Brasil e Austrália participaram de um painel no último dia. Os americanos mostraram um cenário climático mais favorável para este ano, reclamaram dos altos custos e deram ênfase no seu programa de sustentabilidade (USCTP).
China Cotton Summit 11 – Os australianos disseram que apesar da colheita atrasada entre 4 e 6 semanas devido a chuvas, o volume irá superar 1,2 milhões tons e a qualidade intrínseca está boa. Lá, 75% da safra já está colhida.
China Cotton Summit 12 – Já o Brasil destacou o fortalecimento da relação comercial com a China. Neste ano, o Brasil firmou-se como principal fornecedor de algodão para a China, com cerca de 48% do volume importado pelo país Asiático.
China Cotton Summit 13 – Além disso, entre outros ativos como qualidade e rastreabilidade, um grande foco da apresentação do país foi na sustentabilidade da produção e baixa ocupação de área (somente 0,2% do país), sendo mais da metade em safrinha.
China Cotton Summit 14 – É nítida a grande preferência dos chineses por negociar com o Brasil neste momento de conflitos comerciais e geopolíticos com EUA e Austrália.
Brasil – Cotton Brazil na China 1 – A programação dos brasileiros na China continua nas cidades de Xangai e Ningbo, onde ocorrerão visitas técnicas a fiações e indústrias têxteis.
Brasil – Cotton Brazil na China 2 – A delegação da Abrapa também participa da reunião ampla da Cosban – Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, com presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Brasil – Exportações – O Brasil exportou 199,7 mil tons de algodão até a quarta semana de mai/24. A média diária de embarque é 4,3 vezes maior em comparação com mai/23.
Brasil – Colheita 2023/24 – Até ontem (30/05), este foi o status da colheita: SP – 54%; MG – 3%, MS – 4,6%, BA – 0,5%, PR – 100%. Colheita total no Brasil: 0,61%.
Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:
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