Mato Grosso

Amigos criam marca premium de camisaria masculina com algodão rastreado de MT

Almagrino valoriza material de origem certificada e conta com diversas indústrias parceiras, desde fiação a confecção

O Brasil deve produzir em pluma nesta safra 2022/23 2,78 milhões de toneladas, sendo cerca de 75% com origem em Mato Grosso. A qualidade e a responsabilidade socioambiental são os principais pontos que chamam a atenção da fibra brasileira no mercado externo. E tais fatores também são alguns dos que levam à criação da Almagrino, uma marca premium de camisaria masculina mato-grossense.

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A Almagrino é idealizada por três amigos que se conheceram durante uma bicigrinação (peregrinação de bike) no “caminho da fé”, percurso de 536 quilômetros que vai de São Carlos à Aparecida, no interior de São Paulo. O evento foi um ponta pé para o novo caminho a ser trilhado.

Fora das trilhas de bike, o produtor rural Alexandre Schenkel, de Campo Verde (MT), o empresário Henrique Resende e o gerente de qualidade Pedro Sávio decidiram construir um projeto com propósito e alma, criando uma marca que integra toda a cadeia brasileira do algodão por meio de inovação e responsabilidade socioambiental.

“O neologismo ‘almagrino’ significa ‘aquele que conduz a vida com a alma'” — Henrique Resende

“Inclusive, essa é a origem do nome da marca! O neologismo ‘almagrino’ significa ‘aquele que conduz a vida com a alma’. A marca tem o típico espírito desbravador: aposta nas oportunidades que surgem ao longo do caminho e encoraja vivências fora do comum”, conta Henrique.

Valorização do que é da terrinha

Almagrino marca premium de camisaria masculina com algodão rastreado de Mato Grosso
Almagrino, marca premium de camisaria masculina com algodão rastreado de Mato Grosso, é idealizada pelos amigos Alexandre Schenkel, Henrique Resende e Pedro Sávio | Foto: Almagrino

A Almagrino foi criada em Mato Grosso. O estado é o maior produtor de algodão do Brasil. As projeções para a temporada 2022/23, de acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontam para uma produção de pluma superior a 2 milhões de toneladas.

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O algodão utilizado pela Almagrino, explica Henrique, é produzido em Mato Grosso e outras localidades no Brasil. Segundo ele, a busca dos três amigos é por materiais genéticos que proporcionem uma melhor qualidade de fibra e, consequentemente, uma melhor qualidade de fio e de tecido.

Foto: Almagrino/Instagram

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“A intenção é rastrear o algodão brasileiro e mato-grossense, que é um dos melhores do mundo. Conseguir chegar a uma camisa 100% produzida com o algodão de Mato Grosso é um trabalho árduo que estamos realizando há algum tempo com o objetivo de valorizar e incentivar cada vez mais a produção sustentável e responsável brasileira”, conta o empresário.

Henrique explica que a decisão dos três empreendedores em produzir o próprio algodão utilizado na marca é também o fato em se saber a origem da peça de roupa.

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“O consumidor está cada vez mais exigente em relação a origem dos produtos e também valorizar a produção do algodão brasileiro. A marca valoriza o material de origem certificada que dá forma a primeira coleção, que são as camisas de fibra natural do algodão”, frisa Henrique.

Almagrino envolve setor industrial de MT e do Brasil

Foto: Almagrino/Instagram

O algodão colhido destinado para a produção das camisas da Almagrino é beneficiado e transformado em fio. Em seguida esse fio é enviado para as tecelagens, fase onde acontece a transformação dele em tecido, que pronto é enviado para as confecções e aí virar peças de roupa.

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“Cada etapa dessa industrialização tem vários processos, alguns longos e que dependem muito da qualidade do algodão produzido. Todo e qualquer algodão é usado para confecção de produtos, de acordo com a qualidade da fibra é feito o direcionamento específico para cada produto. O fio do jeans, por exemplo, não é o mesmo fio utilizado no lençol ou na camisa”, destaca Henrique.

Foto: Almagrino/Instagram

Hoje, o trio conta com duas tecelagens parceiras, sendo uma em Santa Catarina e outra em Minas Gerais. “Todas integrantes do programa de rastreabilidade e que são capazes de fornecer o tecido produzido com algodão 100% MT rastreado”.

Em Mato Grosso, os amigos revelam já estar em conversa com fiações para que possam consumir o algodão industrializado no estado.

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“Todo processo de desenvolvimento de produto é iniciado com meses de antecedência por estilistas renomados de mercado que pesquisam tendências e propõem novos modelos, cores e padronagens para as nossas coleções que seguem o calendário da moda nacional. Os frutos desse trabalho são fichas técnicas e peças pilotos aprovadas pela marca. Os fornecedores então enviam os tecidos e aviamentos definidos para as confecções, onde as peças são produzidas, embaladas e enviadas para nosso centro de distribuição”.

A Almagrino conta com a parceria do artista plástico mato-grossense Rafael Jonnier (de chapéu) em meio às suas coleções | Foto: Almagrino

Além do setor industrial e estilistas renomados, a Almagrino conta com uma parceria com o artista plástico mato-grossense Rafael Jonnier em meio às suas coleções.

“A marca terá coleções onde o algodão será rastreado de Mato Grosso e pintada por um dos maiores artistas plásticos do estado, Rafael Jonnier. A produção do algodão brasileiro participa de várias cadeias especialistas, como, por exemplo, a fiação, a tecelagem e a confecção. A marca Almagrino terá participação do Brasil inteiro nessas etapas”.

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Moda feminina entre os planos da Almagrino

Foto: Almagrino/Instagram

Hoje, exclusivamente a confecção da Almagrino é voltada para a moda masculina. Contudo, a confecção da versão feminina das camisas não está descartada dos planos dos amigos.

“O público feminino tem uma percepção de moda e consumo bem diferente do homem” — Henrique Resende

“A marca busca ser reconhecida como referência em camisaria masculina, mas já estamos tendo alguns pedidos para a confecção da versão feminina e por isso iniciamos novos estudos em paralelo, uma vez que o desenvolvimento é uma etapa lenta na qual priorizamos atentamente os detalhes, sempre buscando produzir com elegância, qualidade e propósito. Além disso, o público feminino tem uma percepção de moda e consumo bem diferente do homem, portanto não se trata apenas de criar uma nova aplicação da marca e sim dar vida à um produto que atenda aos mesmos padrões de excelência esperado pelos nossos clientes”, diz Henrique Resende.

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As vendas hoje ocorrem no e-commerce e, conforme Henrique, os amigos já contam com alguns pontos de vendas exclusivos em Mato Grosso. Para 2023 há projeto para a abertura da primeira loja física.

“Somos uma marca que nasceu com o propósito de valorizar o algodão mato-grossense. Por isso, nossos próximos passos estão orientados para produtos com 100% de rastreabilidade do algodão do nosso estado. Além de lançar novas coleções, lançaremos ainda esse ano uma nova linha de produtos focada no público empresarial (B2B) para os quais ofereceremos produtos de vestuário com algodão 100% rastreável de Mato Grosso”.

Marca visa fomentar ações socioambientais

Foto: Almagrino/Instagram

Além de incentivar a produção local de algodão, a Almagrino visa fomentar ações que giram em torno do socioambiental.

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“Investindo em ações que vão além do ‘vestir’, a marca já nasce fomentando parcerias que geram impacto Socioambiental como o programa de reciclagem de embalagens (Eureciclo), assim como a compensação e neutralização da pegada de carbono nos fretes. Buscando compartilhar ainda mais valor, também se tornou parceira de uma instituição social de Cuiabá e a cada camisa vendida, parte da renda será destinada à uma classe de 35 crianças para receberem melhor educação”, salienta Henrique.

Foto: Almagrino

 

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