Agricultura

Rentabilidade de soja, milho e algodão deve cair

Apesar de preços elevados, a expectativa é de que os custos de produção sejam os maiores já estimados pelo Imea

A rentabilidade da soja, do milho e do algodão para a temporada 2022/23 em Mato Grosso deve cair, projetou a analista responsável pela rentabilidade da agricultura no Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Milena Habeck, em seminário nesta quinta-feira (25).

Apesar de preços elevados, a expectativa é de que os custos de produção sejam os maiores já estimados pelo Imea para as três culturas.

No caso da soja, o atraso na comercialização antecipada, a alta dos preços de fertilizantes e a relação de troca desfavorável protelaram as negociações de adubos para a oleaginosa.

Segundo o Imea, 92% deste insumo para a safra 2022/23 foi adquirido, ante 97% no ano passado, enquanto as vendas de sementes e defensivos estão adiantadas.

“Na safra 2021/22, o produtor precisava vender soja a R$ 73 por saca para cobrir o Custo Operacional Total (COT). Na estimativa para 2022/23, precisa vender soja a R$ 111 por saca”, disse a analista, ressaltando que isso é reflexo da alta do custo de produção de 51%.

Rentabilidade

O Lajida (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), medida usada para projetar a rentabilidade, deve recuar 39% em 2022/23.

No caso do milho, 61% dos adubos necessários para o plantio já foram adquiridos pelos produtores do Estado, contra 70% em igual período do ano passado, conforme a analista. A comercialização de sementes está em ritmo similar e a de defensivos, adiantada.

“Se para a soja já está atrasado o fertilizante, para o milho, que é segunda safra, está mais ainda”, disse Milena. “Na safra passada, precisava vender milho a R$ 35 por saca para pagar o COT, e atualmente precisa vender a R$ 46 por saca”, disse.

O Lajida do milho deve ceder 17% em 2022/23 com o aumento do custo de produção de 31%.

Quanto ao algodão, assim como as demais culturas, houve piora na relação de troca para o produtor.

“Para cobrir o COT, produtor precisava vender pluma a R$ 133 por arroba em 2021/22, na safra 2022/23 precisa vender a R$ 160”, disse. A estimativa para 2022/23, por causa do custo 27% mais elevado, é de queda no Lajida de 31%.

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